RELATO DE UM POETA OPERADO DE FIMOSE!

Nesses meus versos rimados,

Vou contar com precisão,

O dia que eu precisei,

Fazer uma operação,

De uma tal de Fimose,

Ô doença ruim do cão.

Fui fazer uma consulta,

O doutor pra pêia olhou,

Ele ficou assombrado,

Quando viu ela e notou,

Puxou o couro da pêia,

E ela não arregaçou.

Ele então olhou pra mim,

E disse bem apressado,

O negócio ai tá ruim!

Cabra você tá lascado!

Vou passar uns exames,

Pra você ser operado.

Bateu logo uma tristeza,

E um aperrei danado,

Eu fiquei com muito medo,

Pensei: eu tô é lascado!

Deve ser muito ruim,

O cabra ser operado.

Fui lá pra doutor Manoel,

Pra o sangue ser colhido,

Às seis horas da manhã,

Nada eu tinha comido,

Por boa profissional,

Lá eu fui bem atendido.

Quando terminei o exame,

A mulher veio a falar,

Às 4 horas da tarde,

Você pode vir pegar!

Eu saí bem apressado,

Pois tinha que trabalhar.

Trabalhei o dia inteiro,

De um jeito bem legal,

Meu relógio deu 4 horas,

E como eu sou pontual,

Fui pegar os meus exames,

Que deram tudo normal.

De posse dos meus exames,

No outro dia fui mostrar,

A um doutor competente,

Que existe nesse lugar,

Foi ele quem tinha dito,

Que eu precisava operar.

Ele me recomendou,

Um doutor coraçãozista,

Conhecido na medicina,

Por um tal Cardiologista,

Fui marcar lá na ECON,

Pondo meu nome na lista.

A atendente me ligou,

No dia que foi marcado,

O cardiologista Gelson,

Um médico bom danado,

Vendo o eletro me disse:

“Você pode ser operado!”

Pegou o eletrocardiograma,

E assinou a papelada,

Verificou minha pressão,

Que estava controlada,

E ainda me perguntou,

Se eu fazia caminhada.

Aí naquele momento,

Eu falei para o doutor,

Caminhar só no trabalho,

Não nego para o senhor!

Porque já faz muito tempo,

Que eu sou um corredor.

E ele também me disse,

Que gostava de correr,

Só que havia parado,

Ao começar perceber,

Que umas dores no joelho,

Começaram a aparecer.

Terminando a nossa prosa,

Eu saí bem animado

Fui direto pra o postinho,

Pra o exame ser mostrado,

Porém quando cheguei lá,

O doutor não tinha chegado.

Quando deu onze e meia,

O Doutor enfim apareceu,

Aí mesmo sem ter ficha,

Ele pronto me atendeu,

No lugar duma mulher,

Que lá não compareceu.

Quando viu o meu exame,

Ele olhou bem sorridente,

Disse: desça para a clínica,

Marque com minha atendente,

Vou operar sua chibata,

E eu desci muito contente.

Fui falar com a atendente,

Exemplo de simpatia,

Uma mulher muito bonita,

Que eu até já conhecia,

Entreguei meus documentos,

Depois marcamos o dia.

Dois dias de antecedência,

Da esperada operação,

Fui comprar o material,

Na drogaria Frei Damião,

Eu comprei tudo fiado,

Dinheiro num tinha não.

Comprei o material,

Pra fazer a cirurgia,

Bisturi, linha, sutura,

Soro e até Anestesia,

Deixei na maternidade,

Quando faltava um dia.

Quando cheguei ao portão,

E a campainha toquei,

Galega veio logo abrir,

E assim eu adentrei,

Fui direto à direção,

E o material entreguei.

Na terça feira á noite,

Quando fui me internar,

Chegando á maternidade,

Eu pude enfim observar,

Tinha homens e mulheres,

Todos iam se operar.

No quarto que eu fiquei,

Ficaram mais Três comigo,

Um cabra lá de Jardim,

Carlos Art meu amigo,

E Joací Gameleira,

Com uma hérnia no Umbigo.

Num outro quarto estava,

O filho da ex-namorada,

Ele também ia ter,

Sua chibata operada,

E estava acompanhado,

Pela sua mãe amada.

Antes mesmo de dormir,

Escolhi a minha cama,

Tirei a roupa do corpo,

Me vesti com um pijama,

E dormi igual um burro,

Quando se deita na grama.

Mais ou menos 4 horas,

Da manhã me levantei,

Fui lá para o banheiro,

Sem perder tempo entrei,

Dei uma bela mijada,

E os dentes escovei.

Voltei de novo pra cama,

Fiquei nela bem sentado,

Conversei com Carlos Art,

Que já tinha se acordado,

E mangando de Joací,

E do seu ronco pesado.

E Enquanto conversávamos,

O cabra de Jardim dormia,

Era um sono tão pesado,

Que o peste nem se bulia,

E eu vendo aquela cena,

Chega dava uma agonia.

Quando bateu cinco horas,

A enfermeira entrou,

E quem estava dormindo,

Nessa hora se acordou,

Pegou no braço da gente,

E um soro colocou.

Já perto de sete horas,

A equipe a chegar,

Um grupo de auxiliares,

Que veio estagiar,

Entrou no quarto da gente,

Pra conosco conversar.

Sete e meia da manhã,

Dr Antônio já presente,

Com toda a simplicidade,

E seu jeito sorridente,

Adentrou no nosso quarto,

E veio falar com a gente.

Perguntou como eu estava,

Respondi: eu estou bem!

Disse-me: graças a Deus,

Sem Deus não somos ninguém,

E perguntou aos demais,

Que estavam lá também.

Pra encurtar essa história,

Vamos para a cirurgia,

Dentro do centro cirúrgico,

Meu corpo de frio tremia,

Quando eu por uma porta,

Os profissionais via.

Eu com uma vestimenta,

Que tinha um corte atrás,

Parecia uma batina,

Mostrava o rego do ás,

Com a bunda muito seca,

Parecia o satanás.

Benigna mandou entrar:

Deixe o chinelo fora,

Que a sua cirurgia,

Vai ser feita é agora,

Eu pensei comigo mesmo,

Eita que chegou a hora!

Quando eu entrei na sala,

Mandaram-me se sentar,

Marcelão se preparou,

Pra anestesia aplicar,

Mandou-me ficar curvado,

Sem se bulir, relaxar.

Depois de ter aplicado,

A tal da anestesia,

Colocaram-me deitado,

Naquela mesa tão fria,

O peste do doutorzinho,

Olhava pra mim e ria.

Eu fiquei anestesiado,

Meu corpo ficou só a lata,

Com a vista meio turva,

Mais fraco que uma barata,

Mesmo assim ainda eu via,

Que a enfermeira era gata.

Niedja era o seu nome,

Estava de prontidão,

Junto com Dr Marquinhos,

Um médico da região,

Pra ajudar Dr Antônio,

Fazer minha operação.

Até que enfim terminaram,

A tão sonhada cirurgia,

Levaram-me numa maca,

Que no hospital havia,

Colocaram-me no quarto,

Mas nessa hora eu dormia.

Ás duas horas da tarde,

Foi que eu vim acordar,

Parecia que as pernas,

Estavam noutro lugar,

Nelas não sentia nada,

Nem mesmo ao beliscar.

Olhei embaixo do lençol,

Vi a chibata enfaixada,

Foi ai que percebi,

Que tinha sido operada,

Com gaze e esparadrapo,

Estava toda enrolada.

Quando a anestesia passou,

A chibata veio a doer,

Eu disse: nossa senhora,

Parece que eu vou morrer,

Pense numa dor do cão,

Cabra chora sem querer.

Graças a nossa senhora,

Ela parou de doer,

Fiquei mais aliviado,

Vi que não ia morrer,

Só pode ter sido ela,

Que veio me socorrer.

E às 6 horas da tarde,

Fui tomar um bom banho,

Quando olhava pra chibata,

Achava algo meio estranho,

Cortaram-me um pedaço,

Ficou do mesmo tamanho.

Ás 7 horas da noite,

Chegou a hora do jantar,

Trouxeram-me uma sopa,

Que eu pude degustar,

Não eram lá essas coisas,

Mas a fome é de lascar.

Logo após termos jantado,

Começamos prosear,

Era eu com os pacientes,

Que estavam no lugar,

Esperando pelo sono,

Que insistia em não chegar.

E até que finalmente,

Chegou o sono que faltava,

Eu já estava enfadado,

Vez por outra cochilava,

Esperando o outro dia,

Que pra chegar demorava.

Escutei o canto dos galos,

O dia enfim amanheceu,

Um cafezinho na cama,

A enfermeira me deu,

Umas bolachas salgadas,

De goela a baixo desceu.

Fiquei esperando o médico,

Que tinha me operado,

Já eram sete e meia

Ele não tinha chegado,

Para me conceder à alta,

E dá o meu atestado.

Passaram vinte minutos,

Quando até que enfim chegou,

Veio até o nosso quarto,

Á todos examinou,

Concedeu-me logo alta,

E o atestado entregou.

Trinta dias de repouso,

Sem poder nem trabalhar,

Nada de masturbação,

Só água e sabão lavar,

E o pior daquilo tudo,

Era não poder transar.

Fui pra casa dos meus pais,

Meu primo veio me buscar,

Quando eu cheguei na casa,

Eles vieram recepcionar,

Eu fiquei mais a vontade,

E pude enfim descansar.

Os pontos incomodavam,

Pense num negócio ruim,

Só quem fez operação,

Sabe mesmo que é assim,

Pois antes de me operar,

O povo dizia a mim.

E graças ao meu bom Deus,

Tudo ocorreu em paz,

Minha recuperação,

Foi rápida até demais,

Com menos de uma semana,

Nenhum ponto tinha mais.

Com exatos 15 dias,

Eu voltei a trabalhar,

Só não subia em escada,

Para não poder forçar,

Trabalhava sem cueca,

Pois não podia usar.

18 dias operado,

Então voltei a correr,

Corria devagarzinho,

Pra chibata não doer,

Fazia Cinco quilômetros,

Sem ao menos perceber.

Só depois de 36

Dias, pude enfim transar,

A pele ainda sensível,

Mas consegui aguentar,

E depois que terminava,

Era uma dor de lascar.

Hoje eu me sinto bem,

E a cada dia tá melhor,

Quando eu tinha fimose,

O negócio era pior,

Cortaram-me um pedaço,

E ela nem ficou menor.

Finalizo esse relato,

Feito em forma de cordel,

Agradecendo ao doutor,

E ao nosso pai do céu,

Pois hoje posso mostrar,

A chibata com o chapéu.

(RAINILTON DE SIVOCA)

Rainilton poeta
Enviado por Rainilton poeta em 11/08/2019
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