O ônibus, a ficha telefônica e o doce de goiaba: a crônica de um amor à primeira vista - parte IV

A história de como me apaixonei pela minha musa Joyce à primeira vista!..

Perderia mesmo o filme
se não começasse a correr.
Mas cair e me machucar
poderia acontecer.
O machucado dói,
mas seria o de menos.
O triste é ter que aguentar
aqueles risos obscenos.

Razões para não correr
isso eu tinha de sobra.
Isto faz a gente ficar
mais astuto que uma cobra.
Lembrei da semana anterior,
lá no terminal do centro,
o que me fez pensar
na decisão para o momento.

Uma senhora com compras
o ônibus tentou alcançar.
Mas um tropeço, de súbito,
fez sua intenção terminar.
No que pude averiguar
ela não se machucou.
Mas aquele sorrisinho jocoso
nos lábios de muita gente perdurou.

Não quero passar vergonha,
por isso não vou correr.
E assim fiquei contido,
mesmo com o filme a perder.
Mas a vida do ser humano
é mesmo maravilhosa!
Uma voz interna me impeliu
e isso não é mesmo prosa.

Só podia ser a voz de Deus,
interna e com muita força.
E que fez com que eu corresse
tal pra tirar o pai da forca.
O que iria me acontecer,
eu agradeço todo dia,
pois a partir daquele instante
minha vida foi só alegria.

Corri como um desvairado
pro pódio da minha vida.
Quem viu não pôde acreditar.
Foi uma coisa descabida!
Na mesma velocidade
empreendi a subida.
Senti no momento que é Deus
que minha vida lapida.

Fui entrando naquele ônibus
de forma despercebida.
Nem desconfiando que o momento
mudaria a minha vida.
Minha vida solitária
seria coisa do passado.
Meu destino de felicidade
já estava determinado.

Continua ...