ALÉM DE FREUD E DMITRI

A vaidade é um direito

Muitos fazem uso dela,

Em aribé ou tigela,

“Cada cá” com sua medida

Sabe-se o ponto da partida

Mas, nem sempre o da chegada

A de Narciso é lembrada

Como exemplo grego ao mundo

No seu afogo bem fundo

Mergulhou n’a “narcisada”.

Se é qualidade ou defeito,

Não sou eu quem vai julgar;

Cada um com seu pensar

“Cada cá” com seu conceito

Mas, mantenho o meu respeito,

Cada cabeça é um mundo...

Explicou o Sigmund,

...Se não fez, mas deveria

Com seus feixes em teoria

Dum “psico” tão profundo.

Hoje a coisa tá mudada

Já foi coisa de mulher...

Hoje tá pra quem quiser,

Vai do Sul, Norte e Nordeste

Pense num Cabra da Peste?

“Alquimiando” o cabelo,

Vou chamar de excesso em zelo

Para não desagradar...

Mas, vou ter que lhes contar

Sem “braiar” ovo com pelo.

Três “amigo” inseparáveis

Começaram a enveredar

P’rum salão de embelezar

Pondo uns troços no cabelo

Parecia um farofeiro

N’a mistura simbiótica,

De empastar até a ótica,

Do grande Mendeleev

Que não sei se ele descreve...

Na tabela periódica.

Eram tantos elementos

Misturados num “traçai”

Q’ eu não sei se isso não vai

Virar tese dum mestrado

Pois, até foi comparado

C’ os quintais em Chernobyl

Cubatão ou Jubail,

Tinha uranio enlouquecido,

Tinha átomos retorcidos,

Tinha formol e bombril.

Lá pro nosso interior

Numa pequena cidade

Por conta da vaidade

Tem “causo” que causa horror...

Pois escute seu doutor

“Pruma” inauguração

Pôs a dois metros do chão

Uma tábua e uns cavaletes

“Calafetando” uns porretes

Com um pano e um corre mão.

A coisa é organizada,

Cada um tem sua função;

Uns pros apertos de mão,

Uns pras palmas, uns pras piadas,

Tem os das fotografadas

Tem uns para dissertar

Outros são os de abraçar;

Começando o falatório,

Tem gerente em foguetório

-Tome pipoco pro ar.

Não foi só coincidência

Que os três estavam ali;

Um foi para instruir,

Outro foi de secretário,

O terceiro de emissário

Para comunicação,

Num pipoco dum rojão

Choveu uma faiscada,

Espalhando a fagulhada

Junto aos três, no “tabuão”.

Se formou um “clarismundo“

Nas madeixas de Juninho

Espalhando às de Xaninho

Daí, pro Vitor, foi um salto,

O fogo subiu mais alto

Que cupim de arapuá,

Um vento veio soprar

Espalhando aos quatro cantos

Que nem reza e nem encantos

Fez a pira se acocar.

Chega o corpo de bombeiros

Ataiando o fogaréu,

Que causou um “gunzarel”,

Com medonha histeria;

Depois de tanta agonia

Findou-se a inauguração

O palco virou tição,

Teve mocotó queimado,

“Moi” de cabelo torrado

N’a funesta combustão.

Ponho aqui esse exemplo

Revelando o “assucedido “

Eu não sei se foi castigo

Mas, excesso em vaidade,

Um rumo que a humanidade

Nada para ostentação

Imprimindo um padrão

Certas formas de beleza,

Aloprando a natureza

Operando a inversão.