CORDEL do CEARÁ (replay)

Meu camarada eu agora

To lançando mão do verbo

Tomara não exacerbo

Se meu verbo não vigora

É que sou inda primário

Não sei nem o bê-á-bá

O meu nome é Ceará

Apelido abecedário.

Nunca que fiz um cordel

Mas não me custa tentar

Se acaso eu não acertar

Só não tirar o chapéu

Mais como sou insistente

Espere um pouco pra ver

Que mesmo sem escrever

Tua mão vai ficar quente

De tanta palma aplaudindo

A arte deste analfabeto

Que pos um humor discreto

Só pra ver você sorrindo

Não é nenhum disparate

Apenas inspiração

Quem declama é o coração

Deste humilde engraxate

Não me proponho com isso

Ser poeta ou escritor

Quero sentir o sabor

De escrever um pouco disso

Amanhã vou pra escola

Vou me aplicar na rima

Quem sabe uma obra-prima

Pra eu guardar numa sacola.

Tentar eu bem que tentei

Foi desta alma que saiu

Não é primeiro de abril

Mas agora me lancei

Não quero nenhum troféu

Apenas quero aprender

Pra na arte de escrever

Fazer muito mais cordel.

Grato pelo comentário-interação:

eu sou muito exigente

na hora de ler cordel

e não tiro meu chapéu

pra qualquer verso ou repente,

mas fico muito contente

quando vejo alguém tentar

de alguns dias pra cá

tem muita gente escrevendo

parabenizo dizendo:

dificil é só começar.

(Edson Oliveira)

Grato, belíssima interação:

Quem é mestre deita e rola

Não tem de pedir perdão

Sabe e não precisa cola

Faz sem pedir permissão

Pra Recife ou Qui Pá pá

Nordeste tem menestrel

Mas para tecer cordel

Tem benção do Ceará.

(Trovador das Alterosas)

Grato, linda interação:

Quem sabe se dá ao luxo

De dizer-se um aprendiz

Mas o poeta é feliz

Pois ao dominar a arte

O gracejo é sedução

Que muito chama a atenção

E sendo este brincalhão

Alegrou o coração.

(ANA MARIA GAZZANEO)

Kid verso
Enviado por Kid verso em 12/11/2019
Reeditado em 13/11/2019
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