VIRGULINO FERREIRA DA SILVA
"o Lampião"


Virgulino, o cangaceiro Lampião,
Natural de Vila Bela, Serra Talhada,
em terras pernambucanas, sertão
Donde começou sua longa jornada.
 
Filho de José e Maria da Purificação
Cedo um moço valente e decidido
 Tinhoso, conquistador e valentão
Assim era o mais temido bandido.
 
Levado pelos irmãos Antonio e Levino
Os primeiros crimes vieram a acontecer
Rixas de demarcação de terra, o destino
O pai, atirado pelo delegado veio a falecer.
 
Com muito ódio, cobiça e sede de vingança
Virgulino de Sinhô Pereira herda o cangaço
E ocorre  triste saga de assaltos  e  matança
Na história do Nordeste o maior estardalhaço.


Ídolo dos pobres, um Robin Wood lendário
que apesar da sanha assassina, o Lampião
era religioso e trazia no bornal um rosário
e uma imagem de N. Senhora da Conceição.

 
Pelo Padim Cícero foi-lhe chamada a atenção
E a proposta de combater a Coluna Prestes,
Anistiado, outorgaram-lhe a patente de capitão
Foi dos batalhões patrióticos o cabra da peste.
 
 
Mas logo descobriu que de nada lhe valia
a  nomeação, pois  duramente perseguido
pela polícia de Pernambuco, sem anistia
voltou a delinquir o famigerado bandido.

Virgulino Ferreira era  um tanto refinado
 Perfume frances, cartão de visita de chefia
Lenços  coloridos e anéis , um  de doutorado...
Colares  de ouro e prata sempre ele exibia.


 
Anos depois, conheceu a Maria Déia, mulher
do sapateiro Zé de Nenem, e se apaixonou
loucamente, então  pela força e pelo poder,
várias mulheres  e esta o cangaceiro levou.


Chapelões em forma de meia lua, ornamentados
entravam a pé,  cantando nas cidades e vilarejos
pedindo abrigo e dinheiro pro  povo assustado.
E ai quem negasse, era assassinado ali mesmo...
 
Homens apunhalados e seus olhos arrancados
Crianças  e mulheres seqüestradas e estupradas
Selvageria geral quando o bando não era ajudado,
e, seguiam então os loucos em louca debandada.

 
Surge então a famosa “aristocracia cangaceira”
Inspirado no guerreiro Napoleão Bonaparte
Novas roupas, botas,chapéus  e cartucheiras
O cangaço também foi cultura, moda e arte.

 
 28 de julho de 1938, fazenda Angicos, o final...
O bando traído, foi surpreendido pela volante
Fogo de metralha, na madrugada... foi fatal...
Vinte minutos de tiroteio, o trágico  instante...
 
Lampião e Maria Bonita, e mais dez cangaceiros
Tiveram suas cabeças desumanamente decepadas
E  após exibidas por todo o  Nordeste brasileiro...
O final do cangaço e suas aventuras macabras.



Vide meu texto: Lampião e o cangaço:

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/1651873