A VEIA QUE CASOU COM UM MENINO.

Meus amigos do recanto

Vou começar a narrar

Uma história interessante

Sei que irá gostar

Da história d’uma veia

Que se chamava Dorotéia

E inventou de casar.

Tinha 82 anos

Na corcunda, a coitada

Ainda pensava naquilo

Essa veia danada

Sonhava todos os dias

Em praticar umas orgias

Para dar grandes gozadas.

Certa vez uma amiga

Acabou por falecer,

Deixou com ela seu filho,

O que ela nunca pode ter.

Assim então aceitou

Ao mesmo, porém educou

Foi o mínimo que pode fazer.

Já com vinte e tantos anos

Rapaz bem encorpado

Continuava então sendo

Pela Dorot sustentado

Porém as coisas foram mudando

Ela por ele se apaixonando

Deixando-o bem animado.

Antes de isso acontecer

Ela vivia sozinha

Com o corpo pegando fogo

Lá bem perto da passarinha

Precisando de um bombeiro

Que apagasse bem ligeiro

O fogo de sua bichinha.

A ele se declarou

Pedindo-o em casamento

O mesmo logo aceitou

E fez o seu juramento

Casando-se com a coroa

Pois ela era muito boa

Não lhe traria sofrimento.

Os dois então se casaram

Em um cartório civil

E sua lua-de-mel

Seria aqui no Brasil

Porém, assim foi feito

Por esse casal perfeito

Amante varonil.

Virou fato noticioso

Do meio comunicativo

Não tiveram mais sossego

Da imprensa ficou cativo

Mas a vida continuou

O relacionamento não mudou

Ficou anda mais ativo.

Foram pro o Rio de janeiro

Comemorar o casamento

Aproveitaram foi muito

Não tiveram tormento

Ficaram num bom hotel

Foram também a motel

Aproveitar o momento.

Uns dias de curtição

Tiveram esses pombinhos

Felizes eles ficaram

Encheram-se de carinho

Prepararam-se para voltar

Pensando em sempre se amar

Como eram bonitinhos.

Com quinze dias de casados

Voltaram ao seu país

A veia sofreu um enfarte

Assim a vida quis

Foi parar no hospital

Depois de sofrer esse mal

“E agora o que eu fiz?”

Isso acho que ela pensou

Mas não se arrependeu

Pois com o casório da veia

Foi isso que aconteceu.

Pro hospital voltou

O medicou a medicou

Mas a pobre veia morreu.

Ai lá vem a imprensa

Narrar tudo de novo

De imediato procuraram

O rapazinho novo

Começaram a entrevistar

O rapaz lá no seu lar

Tentando induzir ao povo.

O mesmo deu entrevista

Falando da lua-de-mel

Disse que foi coisa de louco

Verdadeiro escarcéu

Eles se amaram bastante

Não pararam um só instante

Sentiram-se então no céu.

A veia era bem de vida

Muito dinheiro ela tinha

Não possuía herdeiro

Coitada da velhinha

Ai casou com o menino

Que tinha um jeito fino

E não era nenhum galinha.

Sempre fora honesto

Com sua bela amada

Conseguindo então com isso

Conquistar a veia danada.

Mas agora ela morreu

O que era dela, agora é seu

Pois a mesma virou finada.

Essa história que lhe contei

É baseada em fatos reais

Foi noticia na mídia

Em versões internacionais

Mas se você não acredita

Receberei bem sua critica

Se quiser, te conto mais.

Consulte na internet,

Nos jornais da televisão,

Consulte também os impressos

Terás muita informação.

Pois esse pouco que repassei

Não vou dizer que cansei

Com essa minha comunicação.

Ah! E o viúvo menino

Ficou foi numa boa

Herdou tudo que tinha

A sua noiva coroa

Sendo agora desejado

Também mais cortejado

E isso não será atôa.

Eu já falei demais

Então vou terminando

Essa breve história

Que acabei te contando

Não vá você então

Ficar de olho no milhão

E pelo rapaz ir se apaixonando.

Dedico este trabalho: A todos aqueles que admiram a literatura de cordel e que estão sempre informados do que acontece pelo mundo.

Miguel Nascimento - Rio Largo - AL

25/10/2007