O poeta e o Tico-Tico

Do fio o passarinho observava

O mundo que ele tinha ao seu redor,

Triste ele cantava

Por estar consigo e só.

Gritava o mais alto que podia

Ele só queria atenção,

Mas nenhum outro percebia

A sua grande frustração.

Forte, o Tico-Tico não desistia

E só, continuava a cantar

Olha para o alto e ainda insiste

Na certeza de alguém o avistar.

O sol está quente

A luta é grande,

Mas seus sonhos o surpreende

E força ele consegue por alguns instantes.

Enfim companhia:

Um poeta solitário

Que o observa há dias

E se admira com a persistência do pequeno pássaro.

Ali eles conversaram

E se tornam bons amigos.

De decepção falaram,

Da vida discutiram seus caminhos.

O poeta sabendo da frustração do pássaro, insiste em ajudar

E dos olhos do pássaro lágrimas caíram

Logo, o poeta começara a se emocionar,

Pois percebeu que o Tico-Tico sofria por estar sozinho.

Os dois em uma só voz começaram a cantar

Para a vida, uma música eles apresentaram.

O poeta quis a felicidade do pássaro buscar,

Uma atitude leal de um companheiro especial.

O Tico-Tico outra vez sorria

E ao porta estendeu suas asas,

Logo depois partiram

Ao encontro da felicidade esperada.

Em direção ao céu eles voaram

E ali procuravam a tal da felicidade,

Mas de nada adiantava,

Ali só encontraram a liberdade.

Desceram então até uma floresta

Pra beira de um córrego de deságua num rio.

Lá avistaram alguns pequeninos sapos

Que estavam juntos e felizes cantavam e sorriam!

Tico-Tico decidiu se aproximar e perguntar:

– Onde encontro a felicidade?

Um dos sapos aproximou e disse:

– Felicidade temos, porque vivemos em solidariedade.

Tico-Tico sem entender

Outra vez mais o poeta partiu

E no meio da viagem o poeta não conseguiu esconder

Avistara outros Tico-Ticos no fio de uma casa que ali surgiu...

Os olhos do pequeno pássaro brilharam,

Enfim ele teria companhia!

Foi rapidamente em direção àqueles pássaros que cantavam...

Sozinho ele nunca mais veria o nascer do dia!

Era hora de despedir daquele que esteve contigo

E o pássaro teve uma enorme gratidão por ele,

Tirou de seu corpo uma pena branca

E pediu ao poeta que guardasse como lembrança.

Deram um abraço e depois cada um seguiu o seu caminho

O poeta indo triste e o pássaro sorrindo.

De certo, ambos com um aperto no coração,

Afinal era um adeus com compreensão!

Por dias, com seus novos amigos, o pássaro voava,

Porém uma coisa ele começou a perceber:

Não era aquilo que ele procurava;

E novamente um outro caminho começou a percorrer.

Viajou por vários lugares do mundo,

Mas a felicidade ele não encontrava.

Lembrou-se de quando com o poeta procurava um rumo

E que ele não percebeu que nesses momentos a felicidade com ele estava

...De repente o poeta ouve um som do passado familiar!

Chegando na varanda de sua casa pode perceber

Que o Tico-Tico voltara àquele lugar...

Surpreso e também feliz, ele não sabe nem o que dizer!

A amizade que eles tinham

Voltou a florescer

E nem o poeta e nem o Tico-Tico outra vez sozinhos ficaram,

Pois um tinha o outro ao seu lado

Descobriram então que não precisavam voar tão longe para a felicidade encontrar.

A felicidade sempre está ao nosso lado

E querer descobri-la basta olhar com delicadeza para o espaço.

Basta na verdade um simples, pequeno e sincero passo.

(2014)

Joinster
Enviado por Joinster em 24/10/2020
Reeditado em 24/10/2020
Código do texto: T7094769
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