O Poeta e a Lua

Jão Cínico de Alagoas,

Um poeta diferente

Que escrevia poesia,

Ficava todo contente

Quando alguém lia seus textos!

Arranjava alguns pretextos

Para ficar sorridente.

Seu Jão era muito humilde

Não ligava pro dinheiro.

Queria ser conhecido

Por qualquer um brasileiro.

Seu sonho era viajar,

Sua poesia mostrar

Para este mundo inteiro!

Mas o destino é incerto,

E os sonhos são traiçoeiros...

Seu Jão muito se esforçava

Longe dos seus travesseiros...

Escrevia sem parar

E até o dia raiar

Eram vários candeeiros.

Suas poesias noturnas

Inspiradas nas caladas,

Eram belas e simétricas

Com rimas bem arrumadas;

Versificava com vigor,

Da morte até a dor,

Em poesias assombradas.

Seu Jão falava da lua,

Mas nunca falou do sol...

Falava da rua nua...

Pescava estrelas co'anzol...

Mas essa opção pela noite

Lhe causara algum açoite

Que alterou seu cortisol...

Então dona natureza

não curtiu muito a ideia

De falar só d'uma beleza;

Convocou uma assembleia.

Seres de todas as formas

Escreveram novas normas

Para quem quer ter plateia.

Todos seres concordaram

Com esse novo tratado

De efeito imediato!

Ficou assim combinado:

Pode falar só da noite,

Mas terá como açoite

Um sono prejudicado.

Mas a lua é atraente,

Sabe bem nos inspirar...

Ocupou a nossa mente,

Virou símbolo de amar...

Mas se o sol inspira o dia,

A lua traz a poesia

Inspirada ao luar.

Seu Jão sem saber de nada,

Continuou a escrever

Durante a madrugada

Até ficar velho e morrer...

Culpa dele todo poeta

Morrer sem ter cerimônia,

E conviver com a insônia

Afetando a sua meta.

======================

Publicado neste plataforma

no dia 28/08/2018...

Republicado novamente com

Pequenas correções...

======================

Interação da poeta Aila Brito:

Conheço agora o motivo

Dessa insônia malvada

Jão o poeta cativo

Da noite e a lua estimada

No céu, brilhante e altiva

Dele tornou-se atrativa

Mesmo sem saber de nada

Deixou-nos essa herança

De trocar noite por dia

Mas sem perder a esperança

De deixar muita alegria

Àquele que ler seus versos

De brilho e cores imersos

Da mais real poesia.

Gustavo Valério Ferreira
Enviado por Gustavo Valério Ferreira em 06/01/2021
Reeditado em 09/01/2021
Código do texto: T7153760
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.