TROCADILHOS

Porque este riso irônico operário?

-Recebi o salário! Recebi o salário!

Porque esta olheira tão funda, Azevedo?

-Talvez seja medo, talvez seja o medo!

Por que esta cara de choro, Leonor?

-Me falta um amor, um amor

Porque tantas rugas, Margarida?

-Meu filho.. é o preço da vida, quando cumprida!

Como faz para se tocar a coisa, Gumercindo?

-Só mentindo, só mentindo!

Como ficamos se o poeta diz que não há solução, Raimundo?

-Respira fundo, irmão, respira fundo!

Que esperar do futuro, seu Nhonhô?

-Não sei não sinhô, não sei não sinhô!

E agora José?

- ......

Insisto, e agora José?

- A vida segue..! A vida segue, ué!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 02/02/2021
Reeditado em 02/02/2021
Código do texto: T7174617
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