Minha infância

Da minha infância querida

Eu trago recordações

Das tardes de fome e sede

Das noites de escuridões

Onde eu mijava na rede

Ou no pé de uma parede

Com medo de assombrações.

Eu lembro com emoção

Das histórias de Trancoso

Caipora e lobisomem

Eu era muito medroso

Tinha medo do Pai da mata

De cachorro vira-lata

E de trovão perigoso

Do bicho-papão feioso

Medo do fogo corredor

De vaca brava no pasto

De cobra que vira flor

De tiro de bacamarte

De usar mertiolate

De faca de capador.

Também era assustador

Aquele velho cinturão

Que pai me dava uma pisa

Se brigasse com meu irmão

Era boa a minha arte

Mas hoje isso faz parte

Do acervo do coração.

Não guardei os traumas não

Como os filhos de hoje em dia

Eu guardei só os valores

E simples sabedoria

Coloquei tudo no papel

Transformando em cordel

Em verso de poesia.

Oxelucia
Enviado por Oxelucia em 02/12/2021
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