A Gata de botas... Impossível não sorrir com as minhas memórias!

Agora à tarde recordei de um fato muito inusitado que vivi na plenitude dos meus 20 anos. Ah! Meus 20 anos... Era tudo muito intenso. Muito rápido. Muito mágico. Nesta época eu andava muito na companhia de uma inesquecível amiga de infância. Era sempre muita festa. Alegria. Muita praia. Aniversários. Shows. Festivais. Carnaval. Boates. Sempre fui muito brincalhona. Mas sempre respeitando os meus limites e os limites dos outros. O fato que recordei hoje foi muito inusitado. Eu e essa amiga fomos numa boate que existia se eu não me engano lá no bairro de ondina. Éramos na verdade um grupo composto de três amigas e um amigo. Ao chegarmos na boate lembro de ter quase desistido de entrar. A fila estava imensa. Mas o DJ tinha um repertório espetacular. Sempre fui louca por música. Sempre gostei de dançar. Mesmo sozinha ou acompanhada. O lado pitoresco da história é que não gosto de bebidas alcoólicas. Posso até parecer vezes um pouco sem juízo. Mas se observar de perto será apenas uma impressão. Não bebo. Não fumo.

A questão é que a galera que estava comigo curtia uns drinks. Uma farra boa.

Na vontade de dançar optei em deixar a minha bolsa no carro da minha amiga. E nessa história de ter que guardar as fichas de bebidas do grupo só encontrei uma alternativa. Adivinhem a minha proeza! Guardei as fichas na minha bota de salto alto preta.

Nessa situação caótica. Tira a bota. Calça a bota. Um grupo de rapazes resolveu acabar com a minha paz. Na tentativa de chamarem a atenção. Pegaram uma das minhas botas que estava repleta de fichas e fizeram um verdadeiro alarde na boate. De repente eu pensei que estava tendo uma espécie de alucinação. A minha bota circulando na pista.

Mas o bicho homem é muito perigoso. De repente um desses rapazes veio na minha direção exigindo que eu pagasse o preço para o resgate da minha bota.

A situação foi um verdadeiro vexame! Garotos com hormônios à flor da pele. Sem nenhuma noção de como abordar uma Mulher. Iludidos acharam que eu cederia a paquera indigesta deles. Mas eu disse não! Recusei ceder ao capricho dos playboys. Lembro que o amigo nosso tomou as minhas dores. Resgatou a minha bota. Eu vi a hora do Tempo fechar! Foi necessário até chamar o segurança. Mas para a minha paz no final da festa tudo foi resolvido. Resgatei a minha bota sem grande esforço. Mantive a minha decisão de não alimentar os comportamentos machistas da galera. O meu não foi respeitado. A bota existiu. A Gata também. Mas não houve Príncipe encantado que me fizesse dizer sim nesta história onde na verdade só existiam vários sapos repletos de muita audácia e comportamentos vazios. Nada que fizesse o meu coração pulsar acelerado no final.

Andréa Ermelin de Mattos.

03 de Maio de 2025.

Sábado.

Salvador-BA. Brasil.

Andréa Ermelin de Mattos
Enviado por Andréa Ermelin de Mattos em 03/05/2025
Reeditado em 03/05/2025
Código do texto: T8324126
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