ISRAEL X IRÃ:
Uma Escalada para a terceira Guerra Mundial?
Na madrugada do dia 22 de junho de 2025, o mundo despertou para um novo patamar de tensão no Oriente Médio. Os Estados Unidos, com precisão cirúrgica, destruíram um centro iraniano de enriquecimento de urânio — um lugar onde o Irã intensificava o seu projeto nuclear. Uma resposta às dezenas de mísseis lançados pelo Irã que cruzaram o céu rumo a Israel, muitos dos quais foram interceptados, graças à robusta defesa aérea israelense. A operação norte-americana, batizada de Midnight Hammer (Martelo da Meia-noite), envolveu bombardeiros B‑2 e mísseis Tomahawk contra os sítios de Fordow, Natanz e Isfahan — devastando parte das estruturas nucleares iranianas
Em meio às cinzas dessa escalada, outro panorama mundial se desenha. Além desse conflito no Oriente Médio, outras duas grandes conflagrações regionais dominam o tabuleiro global: a guerra Rússia×Ucrânia e a crescente tensão China×Taiwan. São três frentes locais — embora envolvam potências — ainda desconectadas entre si. Nenhuma interação direta (por exemplo, forças chinesas ou russas lutando abertamente contra Israel) foi registrada até aqui. Alguns especialistas defendem que já vivemos uma suposta Terceira Guerra Mundial, enquanto outros ressaltam que, por enquanto, “não é uma guerra mundial”, pois cada disputa segue sua própria dinâmica geopolítica. Em termos estritamente militares, não há alianças cruzadas que vinculem os três cenários. Entretanto, o risco de contágio existe: instalações nucleares em zona de guerra (como a usina de Bushehr) recebem atenção de agências internacionais, e bombardeios em cidades civis reacendem o debate sobre regras de envolvimento global.
Da parte das grandes potências, os sinais são claros. Os Estados Unidos assumiram publicamente o lado de Israel. Logo após o início dos ataques, Trump disse que “Israel está indo bem em termos de guerra, e o Irã vai mal”, e ordenou pessoalmente os ataques aos complexos nucleares de Teerã. Em Washington, parte da oposição acusa o presidente de agir sem aval do Congresso, mas a Casa Branca mantém seu apoio estratégico a Jerusalém. Já Rússia e China evitam entrar diretamente no fogo cruzado pró-Irã. Vladimir Putin condena a violência mútua e busca mediações diplomáticas (até ligou para Netanyahu para exigir que civis russos sejam poupados), e tem reiterado que qualquer solução deve passar pelo diálogo. A China expressou apenas preocupações gerais – o porta-voz do regime alertou que os ataques dos EUA prejudicam sua credibilidade – mas não indicou intervir no conflito. Em síntese: os EUA avançam junto a Israel, enquanto Moscou e Pequim, por ora, atuam como árbitros cautelosos, sem empenhar tropas ou ameaçar materialmente o Irã.
Embora os três conflitos locais tornem o clima global mais volátil, ainda não se configura um único teatro mundial. Cada embate responde a questões regionais distintas: Ucrânia defende sua soberania contra a invasão russa; Taiwan enfrenta manobras militares chinesas; e Irã e Israel lutam numa longa disputa existencial marcada por mísseis, ciberataques e diplomacia de bastidores. Somente se esses conflitos locais se conectarem militarmente — por exemplo, se Rússia ou China decidirem apoiar abertamente o Irã na guerra — poderíamos falar em um panorama “mundial”. Até o momento, porém, prevalece a incerteza de quem lançará o próximo míssil e o receio de que cada novo ataque possa ser o estopim de algo ainda maior.
No fim das contas, fica a pergunta aos governantes e a vocês, leitores: este é mesmo o princípio da terceira guerra mundial? A resposta permanece em aberto enquanto diplomatas imploram por trégua, mas as sirenes não calam. O mundo observa, apreensivo.