Aquele carro velho
Aquele carro velho, muito me fez pensar neste cotidiano maluco em que vivemos. Até já fiz um poema haicai para ele, “Carro velho”, no entanto, toda vez que passo por ele sendo um trajeto que percorro cotidianamente em minhas caminhadas, muito me chama atenção e instiga saber um pouquinho mais sobre quem ele foi e qual foi a sua história.
Fico imaginando pela sua carcaça como ele deveria ter sido, de quem seria, sua cor original, o que levou o proprietário a comprar aquele modelo de carro, qual finalidade ele teria. E assim por diante... Muitos questionamentos passam em minha mente. Não que eu seja apaixonada por carros. Muito pelo contrário, não gosto de carros usados, ou antigos. Mas respeito quem goste, desde que não peçam para deixar em minha garagem.
Simplesmente me chamou atenção pela exuberância em que ele foi exposto naquele trajeto em que poucas pessoas o veriam na sua grandiosidade e opulência. Inclusive, há uma arte estampada na lata velha.
Onde eu quero chegar, a relevância estampada na beira da estrada, de um amor cultuado por um objeto, ou seja, poderia ter sido de um homem/mulher, envelhecidos que fizeram e plantaram uma história dentro e na aquisição desta velha lata.
Sabe-se lá quantas rodagens pelas estradas e pela vida afora... Assim como nós, homens/mulheres, trabalhadores, cansados e envelhecidos. Só desejamos usufruir um pouco mais da vida. Sem discriminação, mas na valorização pelas estradas percorridas.
Texto e imagem: Miriam Carmignan
Crônica do cotidiano