NÃO É UMA QUESTÃO DE NOME

Vi, mais de uma vez, uma conversa contendo afirmação desse tipo;

- Ela (ou ele) matou X (um número alto) de pessoas.

Seguida de uma resposta do tipo:

- Pessoas não, nazi (ou comunistas ou escravagistas, ou qualquer outro grupo, merecidamente ou não, alvo de ódio e aversão)

Sempre que vejo ou leio algo assim, tenho vontade de gritar:

- PESSOAS SIM!!!!

Porque, para mim, todo animal humano, por pior ou mais odiado que seja PRECISA ser reconhecido como ser humano, como gente, como pessoa.

Pessoa, exceto quando se fala do poeta, não é e nem deveria ser um elogio.

É, apenas e tão somente, a constatação de um fato, biológico e social.

É, junto com gente, humano e até mesmo homem, um dos nomes de um tipo específico de primata que habita esse planeta.

Dizer que alguém não é gente, não é uma pessoa, não é um ser humano, equivale a me distanciar tanto daquela pessoa a ponto de abandonar minha própria humanidade para praticar os piores crimes, os piores horrores, os piores absurdos, sem perceber que estou me tornando o que odeio... ou algo MUITO pior.

A história está cheia desse terror. Para citar apenas dois exemplos: os terríveis anos de escravidão e o Malleus Maleficarum.

Então sim! Eu sou uma pessoa e o Adolfo do bigodinho também era. Eu sou gente e o Manson também era. Eu sou humana e TODOS os condes Dracul, e carrascos e rainhas Margô da história também eram... e também são.

Sou TOTALMENTE contra usar meu ódio (por mais justificado que seja) para dizer que alguém não é o mesmo tipo de animal que eu sou.

Posso me diferenciar de pessoas e grupos humanos detestáveis, odiosos e/ou abomináveis, mas não dessa forma.

Divina de Jesus Scarpim
Enviado por Divina de Jesus Scarpim em 17/04/2025
Código do texto: T8311822
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