Salva pela nota fiscal
Para quem acha que nota fiscal não vale nada, vou contar uma história que aconteceu comigo hoje, dia dez de maio de dois mil e vinte cinco.
Algo chato e constrangedor.Situação que espero nunca acontecer com ninguém, já que mexe com o ego, sangue e sanidade mental .
Pois bem, hoje fui comprar produtos de higiene pessoal descartáveis para minha mãe, como sempre faço todos os sábados. Costumo comprar esse tipo de produto em duas farmácias famosas daqui de Barbalha. Não vou dizer os nomes porque não tenho interesse em fazer propaganda de graça para nenhuma empresa. Até porque o que vou dizer não é bem uma propaganda, é alerta para os leitores.
Entrei no local e nenhum ser para me atender.
Chequei o produto e seu preço e depois me dirigi ao balcão de vendas. Havia um rapaz careca de ar
jovial. Ele pediu que eu levasse a mercadoria até ele, então o fiz. Até aí tudo beleza. Tudo normal, compra feita e parti para a terceira parte: o pagamento.
Cheguei ao caixa e não havia alma viva para atender. O vendedor deixou seu posto e veio concluir a venda , e o fez com muita satisfação. Terminada a compra ele me entregou a nota e voltou para o balcão como um furacão. Fazer dois serviços não é fácil, entendi.
Peguei o pacote de compras e guardei a nota na bolsa, como sempre faço. Parecia até que estava guardando dinheiro. Na verdade, o que tenho mais na bolsa é papel de compras. Parece até que o meu dinheiro vira comprovante de pagamento. Mas deixo isso para outra conversa, porque aqui é denúncia mesmo.
Como eu havia falado, guardei o comprovante de pagamento e, ao me preparar para sair da farmácia, dei de cara com um rapaz. Alguém que identifiquei como entregador da farmácia; não porque estivesse de farda, mas por instinto mesmo. Até acho que ele deveria ter fardamento e não vou me alongar na conversa.
Sai do ambiente tranquilamente e satisfeita com o atendimento. Apesar de não ter sido lá um excelente atendimento.
Porém, ao andar cem metros ouvi alguém chamar. Não olhei para trás e segui. Insistente a voz masculina chamava: _ Senhora, senhora!
Resolvi me virar e checar quem era e se era comigo. Parei e esperei o rapaz se aproximar.
_Senhora, a moça do caixa voltou. Disse o rapaz com uma cara estranha.
Respondi: _ Sim, vi quando eu ia saindo da farmácia. O vendedor cobrou e fiz o pagamento.
O jovem olhou para asacola e perguntou com voz incisiva. _ Tem certeza que a senhora pagou?
Fiquei sem terra no chão e voei alto, usei a sabedoria, algo que peço a Deus todos os dias, algo que nem sempre consigo ter. Uso mesmo as palavras chaves. Mas hoje eu fechei os olhos e respirei.
Respondi que lhe responderia dentro da farmácia e na frente das câmeras.
Ele amarelou e pensei que fosse desmaiar.
Segui para a farmácia, tirei a nota fiscal da bolsa e me posicionei na frente do caixa, bem na frente da câmera. Levantei a nota e pedi para ele ver. A moça sem entender nada, tatuou várias interrogações em seu rosto. Expliquei o ocorrido e o rapaz se meteu entre as estantes de mercadoria. A funcionária do caixa me pediu desculpas, pelo ocorrido. Não respondi, eu só queria externar minha indignação . Saí da farmácia e nem olhei para trás.
Entendi que muitas empresas não preparam seus funcionários e alguns deles acabam queimando o nome e a imagem da empresa. Um papel me salvou de uma situação constrangedora. Um papel que muitos não dão importância e que nem o cobra ou jogam na lata do lixo. Mas que hoje me salvou de chamar a policia. Um papel
muito importante chamado nota fiscal.
Lu