MEU DESTINO

Você me olha assim

Atravessado

Cola ao bosla ao lado

Do seu corpo franzino.

Você me olha em sobressalto

Pelo que sou

Ou pelo futuro

Que lhe pode pregar igual peça?

Você me olha

Querendo não me ver

Mas a cada dia que passa

Mais e mais sou visto por você.

Você me olha

Torcendo o nariz.

Sei que não lhe cheiro bem.

Mas, assim eu não quiz.

Também quisera o seu banho quente

E o seu perfume importado

De bom fixador.

Mas, você não olha

Pra quem me deixou assim

E multiplica outros

Com a minha igual dor

Sou, somos, seremos

Frutos multiplicados

Por um mundo só

Um mundo sem dó

Sem solidariedade

Onde a competição das cavernas

Ganha nova roupagem.

Viver não é mais um direito

É um desafio, uma seleção natural.

Assim, confortável em Darwin

Em sua teoria da evolução

Ou no destino manifesto

Talvez na reencarnação

O meu destino mendigo

Seja a sua redenção.

jose antonio CALLEGARI
Enviado por jose antonio CALLEGARI em 03/02/2006
Reeditado em 03/02/2006
Código do texto: T107491