Quantas vezes me questionei...

Quantas vezes me questionei, sobre se a razão pela qual vivemos é simplesmente crescer e morrer? Infinitas vezes, posso garantir... Mas hoje percebo que a necessidade de respostas para esses tipos de pergunta muitas vezes nos levam a incredibilidade, ficamos vazios quando nos questionamos demasiadamente, e por mais que aqui ou ali encontramos uma resposta para uma pergunta desse gênero, jamais estamos completamente satisfeitos.

O começo da vida é cercado de mistérios pelos quais mistificamos e tentamos explicar das mais diversas formas. Incutir nas veias de nossas gerações uma verdade mascarada e inquestionável, é dever de todo bom pai que se preze, ensinar os filhos o princípio da verdade, ensinando-os desde cedo a mentir, é uma pratica corriqueira das famílias que nos cercam... O que dizer das mentiras clássicas? O que dizer de Papai Noel e suas renas? O que dizer sobre Coelho da Páscoa?

Quando eu era criança, costumava acreditar em tudo, não por ser tolo, mas simplesmente por achar que assim teria mais com o que me preocupar... Preparar algumas bolachas com leite para o bom velhinho me fazia sentir importante, no entanto, essa sensação de amizade para com o bom Nicolau me ludibriava ao ponto deu nem mesmo perceber que naquele mesmo momento, milhões de crianças também estavam preparando uma refeição noturna para o cara que ia chegar pela chaminé, nem passava pela minha cabeça o tamanho do estomago daquele idoso de barba branca, deveria ser bastante imenso, milhões de cafés noturnos em uma única noite de natal devem engordar alguns quilinhos... Bom, infelizmente, ou não, um dia descobri a verdade sobre Papai Noel, e por mais absurdo que possa parecer, de nada me foi útil, descobri tantas outras tolices mundiais, que da mesma forma, não me acrescentaram nada... Pode parecer estranho, mas dentro dessas anedotas infantis de bom velhinho e coelho que bota ovos, há mais do que conseguimos enxergar, é possível traçar um paralelo de tudo isso com perguntas de um caráter um pouco menos infantil (pelo menos aparentemente), saber realmente se o homem foi ou não a lua, ter certeza da evolução chimpanzé do ser humano ou até mesmo descobrir se a barcaça zoológica realmente resistiu a 40 dias de tormenta pode acabar sendo insignificante, há quem acredite que tais descobertas revolucionarão o planeta, eu não duvido disso, talvez sim, por umas duas ou três semanas, talvez até um pouco mais, mas no fim, acabará em declínio popular, cairá em esquecimento e servirá de inspiração para que um alguém qualquer escreva algumas palavras recônditas a respeito, assim como tem sido com Noel, Fada dos Dentes e tantos outros amigos imaginários de todas as pessoas do mundo...

Vifrett
Enviado por Vifrett em 28/07/2008
Reeditado em 29/07/2008
Código do texto: T1101121