É preciso sonhar

É preciso sonhar

Há instantes de nossas vidas em que o nosso olhar desafia o infinito, instigando-nos a realização dos nossos mais íntimos sonhos.

Nestes momentos, a liberdade do sentir abraça-nos a alma, o olhar. E por assim ser, entregamo-nos, tendo o coração como guia e condutor. Deixamos para trás as folhas ressequidas da descrença e do desalento, que faziam do outono, estação permanente do nosso olhar.

Quando nos permitimos sonhar, resgatamos o sentido tátil do nosso coração. Despertamos emoções que já desconhecíamos. Ressuscitamos o afago esquecido e o carinho indelével do espelho do nosso olhar que nos reflete para o universo.

Quando nos desvencilhamos das amarras que detêm a nossa capacidade de realizar, descerramos portais que não nos julgávamos capazes de cruzar e novos matizes vão sendo pintados na aquarela dos nossos olhares.

A aliança que estabelecemos com o realizar pode sinalizar caminhos, como também vencer as nossas maiores resistências. A grande parceira dos que realizam sonhos é a esperança. Ela aconchega-se em nosso coração, acendendo novas auroras em nossos dias, fazendo-nos renascer como Fênix.

São os nossos passos que dão ritmo à realização dos nossos sonhos...é o navegar entre as ondas do viver que nos oportuniza a argamassa necessária à consecução dos projetos que guardamos nos escrínios do nosso coração. Escondê-los eternamente da luz do sol em caixinhas hermeticamente fechadas não os denunciarão ao universo. Somos nós que conduzimos os nossos sonhos pelo mundo do existir, vestindo-os com a roupa mágica do realizar.

Fernanda Guimarães