O Apocalipse

De repente nos encontramos dentro do tão falado apocalipse e mesmo assim ainda não nos apercebemos dos fatos. O nosso pensamento se acha focado apenas no aspecto da letra e da palavra que é mal interpretada.

Os acontecimentos do momento em que vivemos evidencia de forma clara e precisa cada etapa do funesto relato narrado por João, há quase dois mil anos.

O mundo do jeito que se encontra como verdadeira Babilônia, torna-se o local e o tempo ideal, para todos os acontecimentos que foram narrados por João.

Cada parte, cada capítulo poderá ser visto e entendido a partir dos fatos e acontecimentos que ocorrem a cada momento em nosso mundo, tão carente de paz.

Não adianta nos colocarmos perante todos e dizer que somos contra isto ou aquilo. Tudo que acontece no momento é apenas o reflexo da somatória de fatos e acontecimentos que foram acumulados durante centenas de anos da história humana e apenas dentro da chamada era cristã.

As cidades já não mais suportam, os desatinos que se vê em cada esquina. Alguns se arvoram defensores dos direitos dos cidadãos como se fossem os salvadores da pátria e nem mesmo notamos que tudo isto acontece em razão da incúria destes "salvadores".

Na parte religiosa, sacerdotes, pastores, rabinos e mesmo os espíritas e espiritualistas e outros tantos, se isolam dentro de sua própria ignorância e passam a ser diante dos outros os únicos filhos de um Deus, que foi concebido por eles.

O comércio tomou os rumos dos desatinos da ganância e da usura, onde somente aqueles que possuem podem comprar o que lhes aprouver sem a menor preocupação. Tudo é feito para atender a uns poucos que se fartam dos favores do Estado.

A família é apenas um negócio que pode ser bem ou mal feito, dependendo apenas dos interesses envolvidos. Quase sempre as separações são carregadas de fortes emoções onde somente o dinheiro é o que importa.

Ficamos a cada dia reféns de nosso sistema que nos aprisiona dentro de nossas próprias casas. Ficamos como animais presos, enjaulados, enquanto os delinqüentes ficam na rua como donos do poder.

Governantes ditam normas que visam apenas mantê-los no poder, sem se importar com a maioria da sociedade que é composta de pobres e desvalidos.

Os ricos se tornam mais ricos através da exploração de pobres almas que se vendem para manter o privilégio de serem apenas escravos daqueles que mandam.

Os filhos matam os pais e os pais os filhos. O respeito a decência passou a ser apenas uma recordação de antigamente, quando a tolerância e amor ainda existiam.

Hoje fazemos guerra justificando-a como uma necessidade, sem nos importarmos com as vítimas que são apenas como gado encurralado esperando a hora da morte.

Os poderosos mandam, corrompem, matam e continuam impunes diante de um judiciário falido, que serve apenas para punir ladrões de galinha.

Hoje vale a pena ser sabido em vez de sábio. Somente os valores mais mesquinhos são as normas que direcionam e mandam numa sociedade carente de parâmetros.

O amor é apenas um negócio que se pode vender a qualquer preço dependendo apenas das partes envolvidas.

A natureza se revolta contra os vilões que a maltrata levando a óbito milhares de seres humanos.No entanto todos aqueles que se acham situados nos locais dos acontecimentos geralmente são os menos favorecidos.

A inutilidade é a melhor mercadoria negociada, é oferecida a todos aqueles que sem mesmo saber o que querem, adquirem o direito de ser escravo do sistema que os subjuga.

A corrupção passou a ser moda e somente os maiores corruptos e corruptores são tidos como sábios. Eles mantêm sob seu poder todo um sistema de informação que cria e dita normas para todas as "Marias" que se contentam em ir com as outras.

Imaginamos que a apocalipse tenha apenas aquele aspecto aterrador citado por João com suas alegorias e nem sequer notamos que os maiores desastres que acontecem são causados pelo homem.

Diante de tudo isto, só nos resta rogar aos deuses se apiedem desta pobre e infeliz humanidade.

Embora tenhamos escrito as linhas e diretrizes do nosso futuro, tentando com isto nos prevenir dos perigos criados por nós, nunca nos emendamos.

Continuamos a praticar os mesmo desatinos contra nós e nosso semelhante.

O apocalipse como carta testamento,tentou nos mostrar,nós é que nunca quisemos ver.

01/04/03

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 03/03/2006
Código do texto: T118370