Amor gratuíto
Oamor quando verdadeiro não é maior nem menor em magnitude. Ele é apenas amor. Não é mais nem menos à distância. É simplesmente marcante, matizado e romântico. Não precisa de revelações. Doa de fato ao sentimento. Não exige apresentação. Enraiza com a distância e o passar do tempo. O amor verdadeiro, como tudo na vida, tem suas dificuldades. Mas delas advêm à grande felicidade. 
São formas adversas os enigmas da felicidade para buscar o bem, o encanto. Não interessam ao amor verdadeiro esses enigmas. No encontro dos corpos está a felicidade.  O gosto e cheiro da boca do outro, ao ficar – encontra-se na concepção antecipada, no enigma, a atual estima interior, o sentimento vivido contíguo, as alocuções silentes da inteligência, o encanto da coexistência, a modéstia entre sensualismo e alma.
Oamor verdadeiro nada mais é do que o reconhecimento do que há de mais perfeito do outro e a afinidade com a parte protegida de cada indivíduo. Ele sobrevive o existente, mesmo posteriormente, o que jamais incitou, cunhando dimensões novas para emoções antigas, canteirios esquecidos, abarrotados de sementes. Também o amor Divino, só é verdadeiro quando se radica e desdobra a afeição, todo amor, quando verdadeiro, nada pede, doa.  Conquista. Nada reivindica, ganha. Nada impõe, oferece. Nada quer saber, deixa acontecer. Porque existe para fazer a outra parte feliz.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 18/09/2008
Reeditado em 19/09/2008
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