O mensalão através dos tempos

O mensalão através dos tempos

Félix Maier

O “mensalão” existe muito antes de Roberto Jefferson trazer a público essa palavra hoje repetida até por crianças. Muito mais do que um irregular pagamento mensal a deputados, “mensalão” hoje é sinônimo de corrupção, propina, maracutaia, ágio, pedágio, cesta de Natal, Bolsa Família, loteria, jabá, gorjeta, PF (por fora), cervejinha, cafezinho, leite das crianças, 10%, 20%, 50%, 100%, superfaturamento, lavagem de dinheiro, caixa dois, valerioduto, valores não contabilizados, e por aí vai.

A história do mensalão – que não colocarei mais entre aspas, pois já faz parte do Aurélio e do “Uais” (que saudade de Paulo Francis!), embora lá não conste ainda – começa no exato momento em que os seres humanos começaram a realizar trocas (e maracutaias) entre si.

Caso famoso de mensalão ocorreu na época de Cristo, quando Judas se vendeu por 30 dinheiros para trair o Mestre – o mesmo número cabalístico dos nossos parlamentares mensaleiros. Um simples mensalinho, diria Lula, para quem “R$ 40 mil é troco”. De onde veio o dinheiro pago a Judas? – perguntaria Boris Casoy, cada vez mais enfezado com a malandragem petista, antes de ser demitido da Record? O católico Mel Gibson disse, no filme A Paixão de Cristo, que o mensalinho de Judas foi pago pelos judeus. Os judeus, revoltados com Gibson, dizem que foi pago pelos romanos. Como Lula nos dias atuais, judeus, cristãos e romanos não sabem de nada, nada viram nem ouviram sobre o que aconteceu de fato na Terra Prometida...

Na história moderna, políticos famosos foram derrubados por mensalões. O ex-Primeiro Ministro italiano Betinno Craxi foi acusado de enriquecimento ilícito através de verbas também ilícitas recebidas pelo seu Partido Socialista Italiano (PSI) e condenado a 23 anos e seis meses de prisão. Para não ser preso, Craxi fugiu para sua luxuosa villa – na verdade, um bunker – em Hammamet, na Tunísia, onde se escondeu até a hora da morte, ocorrida em 2000. O ex-chanceler Helmut Kohl, que governou a Alemanha por 5 vezes e implementou a unificação alemã, também se tornou um fantasma político depois que foi acusado de fazer caixa dois para seu partido, a União Democrática Cristã (CDU). Tal maracutaia, de acordo com a ética petista-leninista, é correta, pois o meio empregado sempre justifica o fim maior: a consolidação do Partido Único.

Luis Carlos Prestes recebia seu mensalão direto da União Soviética, o famoso "ouro de Moscou". Com a mesada, Prestes, Olga Benário e uma penca de outros mercenários vermelhos, como o falecido Apolônio de Carvalho - chorado em público por Lula e uma troupe socialista em 2005 -, desencadearam a sangrenta Intentona Comunista, em 1935, matando covardemente 33 militares, muitos deles enquanto dormiam nos alojamentos dos quartéis.

Na década de 1970, o antigo militante da Organização Revolucionária Marxista Política Operária (POLOP), Nilmário Miranda - que eu costumo chamar de "Numerário Miranda" – já era o príncipe do mensalão. Criou uma organização de fachada em Minas Gerais para receber dinheiro de um partido comunista europeu, não me lembro se da França ou da Bélgica. Quanto dinheiro entrou no cofrinho do “militante” marxista via comunoduto europeu? Só Numerário pode esclarecer a dúvida. Depois, presidindo a "Comissão dos Mortos e Dasaparecidos", o mensaleiro petista foi generoso em distribuir farto dinheiro público a terroristas e familiares de, a título de uma indenização que nunca deveria ter existido, ao menos para terroristas que morreram em combate direto com as forças de Segurança, como foi o caso de Carlos Lamarca e Carlos Marighela. Hoje, o bolsa-terrorismo já chega a R$ 4 bilhões!

Em 1989, Roberto Freire também recebeu o famigerado "ouro de Moscou", quando se candidatou a presidente.

A propósito, tenho um verbete em "Arquivos 'I' - uma história da intolerância", publicado em www.usinadeletras.com.br:

“Ouro de Moscou - Dinheiro remetido pela União Soviética a organizações comunistas e simpatizantes do Brasil, como o PCB e a UNE. Luis Carlos Prestes era 'funcionário' do Komintern, recebia salário regular de Moscou, que prestou apoio financeiro a ele e a outros facínoras para deflagrar a Intentona Comunista de 1935, a exemplo do alemão Arthur Ernest Ewert, Olga Benário, Pavel Stuchevski, Jonny de Graaf e do argentino Rodolfo Ghioldi. A União Nacional de Estudantes (UNE) também recebeu o 'Ouro de Moscou' através da União Internacional de Estudantes (UIE), órgão de fachada do Movimento Comunista Internacional (MCI). O Senador Roberto Freire foi o último comunista brasileiro a receber contribuição de Moscou, por ocasião de sua campanha eleitoral à Presidência do Brasil, em 1989; quem fez esta declaração foi o ex-diplomata da União Soviética no Brasil, Vladimir Novikov, coronel da KGB, que serviu em Brasília sob a fachada de Adido Cultural junto à Embaixada Soviética, nos anos de 1980".

Quando vi Roberto Freire esbravejando na TV contra a corrupção petista & aliados, no rastro das denúncias feitas pelo deputado Roberto Jefferson, logo me veio à mente que o político comunista perdeu a sigla do Partidão (PCB), porém não a prepotência e o cinismo. Óleo de peroba na cara do mensaleiro nordestino!

Collor não soube explicar a origem de US$ 5 milhões, até se lembrar de que a montanha de dinheiro havia sido tomada em um empréstimo bancário, no Uruguai. Durante o governo collorido, o ex-ministro do Trabalho e Assistência Social, Antônio Rogério Magri, foi acusado de vendeu-se por 30 dinheiros, como Judas: “O ex-ministro é acusado de corrupção passiva por ter supostamente recebido 30 mil dólares para intermediar um negócio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O processo a que Antônio Magri responde atualmente no TRF-1 começou a tramitar no STF em 1993” (http://conjur.estadao.com.br/static/text/34495,1). Justiça rápida é isso aí...

Anão rima com mensalão. Na mesma época, os “anões do Congresso” fizeram a festa com as tetas de Branca de Neve, ou seja, o erário. Quando perguntado sobre a origem da vultosa quantia de dinheiro em sua conta, o deputado João Alves, então presidente da Comissão de Orçamento da União (1993), disse que era um homem de muita sorte, por ter ganho 221 vezes na loteria...

Durante o primeiro governo FHC, houve denúncias de compra de votos de parlamentares para aprovar o projeto da reeleição. Até hoje, não foi apurado se houve mensalão ou não, apesar de ter havido umas três CPIzzas sobre o assunto.

O Movimento Social Terrorista (MST) recebe vultosos mensalões de ONGs estabelecidas no exterior, além dos bilhões doados por FHC e Lula, via Incra, para comprar bonés, bandeiras e chinelas havaianas (para dar um quê de franciscano!) para suas “marchas” turísticas Brasil a fora. Em vez de trabalhar na lavoura, os integrantes do movimento, que têm Che Guevara como patrono, só aprendem, nas madrassas do ódio, como invadir prédios públicos, fazer reféns, assaltar caminhões e promover o esbulho no campo, queimando tratores e benfeitorias das fazendas. Plantar feijão, que é “bão”, nem pensar.

ONG entreguista como Sou da Paz deveria ser renomeada para “Sou da Ford”, como já sugeriu um editorial de Mídia Sem Máscara, pelas enormes quantias de dólares recebidas da Fundação Ford. Os mensalões ianques foram utilizados para fazer propaganda anti-armamentista no Brasil, de modo a fechar fábricas brasileiras de armas, beneficiando companhias estrangeiras rivais. Felizmente, os traidores da Pátria foram derrotados no Referendo do dia 23 de outubro de 2005. A ONG Viva Rio também recebe rios de dinheiro, tanto do exterior quanto do governo federal. Até hoje, o único ato relevante do onagro bisonho foi ter distribuído rosas aos moradores da Favela da Rocinha, de modo a diminuir a violência daquela comunidade...

Mensalão também rima com milhão. Anos atrás, o escritor Carlos Heitor Cony recebeu R$ 1,5 milhão, a título de indenização por “perseguição política”, além de passar a receber um salário mensal equivalente aos dos juízes do STF! Se eu fosse Cony, trocaria o sobrenome para "Coin" (moeda)... Recentemente, Ziraldo e Jaguar também receberam seu milhão, por conta da bancarrota do jornaleco Pasquim. Como se vê, uma verdadeira ação entre amigos.

A turma que substituiu Numerário Miranda na "Começão" do dinheiro público continuou a farra: até José Genoíno, que queria transformar o Brasil numa Albânia continental, e José Dirceu, o agente secreto de Fidel Castro, receberam seu mensalinho via "Desaparecidos & Aparecidos".

José "não róba nem deixa robá" Dirceu, respirando fundo, sentindo forte cheiro de pizza e mojito en una bodeguita de La Habana, não se conteve na época: "Cada dia eu estou mais convencido de minha própria inocência!" Pudera: o então presidente do STF, Nelson Jobim, tornou-se o mais importante advogado de defesa de Dirceu; na CPIzza dos Correios, a raposa (presidente, petista) e o gambá (relator) tomaram conta do galinheiro. O que se poderia esperar daquela CPI a não ser um saco cheio de chicken pop corn para distribuir aos imbecis eleitores brasileiros?

O mensalão, na era da internet, já teve seu slogan para cativar a crítica musical: “Ganhe um iPod para entrevistar Maria Rita”...

Lula, o chefe do mensalão, está arrumando a vida da família e de si próprio. Até hoje, não explicou direito como comprou o apartamento de cobertura que possui em São Bernardo do Campo, o qual, segundo denúncias nos jornais, foi adquirido com o auxílio de um cheque de um compadre-empresário ligado a prefeituras paulistas governadas por petistas. Depois, não impediu que Lulinha recebesse o mensalão de R$ 5 milhões que a Telemar investiu na empresa do neto de Seu Aristides, dizendo candidamente que não se metia nos negócios da família. Há denúncias de que Dona Marisca (sorry, Tom Cavalcante!) já tenha gasto, somente no ano 2005, mais de R$ 400 mil em compras pessoais, utilizando o famigerado cartão corporativo do governo, o Lulacard.

O Lulacard derrubou a ministra para promoção da desigualdade racial, Matilde Ribeiro. Porém, o ministro da Tapioca Esportiva continua lépido e fagueiro no seu posto. Para defender o governo Lula das acusações de uso indevido do Lulacard, Dilma "Estela" Rousseff mandou fazer um dossiê sobre os gastos do governo FHC, para "apresentar ao TCU" - foi a primeira mentira da guerrilheira-chefe da Casa Civil. Como Lula, Dilma-Dossiê depois não sabia mais de nada, não viu nada, não ouviu nada, tem raiva de quem sabe alguma coisa, a imprensa é golpista, e não sabe sequer quem são seus auxiliares.

Uma pergunta não quer calar: quantas peruas Fiat Elba daria para comprar com todo esse tsunâmi de dinheiro desviado pelos pestistas desde que assumiram o governo federal? Aos esquecidos lembro que Fernando Collor foi deposto por não saber explicar a origem de uma única perua Elba. Posteriormente, Collor foi absolvido pelo STF, comprovando que tudo não passou de um golpe petista muito bem engendrado.