O CACHORRO

Paulinho, filho único, vivia pedindo um cachorro aos seus pais.

Certo dia, a família foi passear na casa de uns parentes e o menino ficou encantado com os filhotinhos que uma cadela acabara de criar.

Depois de muita choradeira, o garoto levou um para casa.

Paulo, Teresa e Paulinho nunca mais ficaram sozinhos. O cachorro lindo, da raça Podle, encheu completamente a vida deles. Ele se tornou o segundo filho do casal. O bicho tem de tudo, até uma casinha.

Todos os domingos, Paulo lhe dá banho com shampoo e lhe passa perfume.

O que o danadinho mais gosta de fazer é lamber as visitas. E o pior é que os seus donos acham isso ma-ra-vi-lho-so.

Átila é um bom cão de guarda. Todas as vezes que alguém toca a campainha, ele late avisando e é o primeiro a ir ver quem é.

Um dia desses, Paulo, que tem um armazém perto de casa, pediu ao seu empregado que fosse buscar a sua agenda, que havia esquecido.

Prontamente, o rapaz foi, apertou a campainha e o Átila, como sempre, latiu.

Teresa fechou a porta da cozinha, para ele não entrar e gritou:

- Venha cá!

O moço abriu o portão e entrou.

Brincalhão, o animal teimava em entrar na cozinha e sua dona ralhou:

- Volta!

O jovem, que já estava chegando na porta dos fundos, voltou correndo.

Depois de muito trabalho, ela conseguiu colocar o cachorro para fora da cozinha e o mandou entrar na casinha dele:

- Entre!

Meio desconfiado, o moço foi entrando, devagarinho.

Enquanto isso, o cão, muito esperto, driblou sua dona e voltou para dentro da cozinha.

Já nervosa com aquela brincadeira, ela gritou de novo:

- Sai daqui!

E o pobre do empregado, assustado, voltou correndo para a rua.

Finalmente, quando conseguiu prendê-lo na casinha, Teresa foi depressa até a sala, abriu a porta e disse sorrindo:

- Entre!

Anna Célia Dias Curtinhas