DE QUE NOS ALIMENTAMOS?

Há anos a ciência vem pesquisando sobre a alimentação no mundo. Um levantamento sempre é feito sobre os costumes dos povos, pesquisando sobre as suas necessidades básicas, a reposição de vitaminas, sais minerais, enfim, um estudo completo para saber o que fazer para ser mais saudável. Muitos são os vilões que atacam sorrateiramente ou não, o corpo humano, a saúde enfim. Tanto o excesso como a escassez dos nutrientes são os inimigos que aparecem no excesso de peso, na alteração da pressão sanguínea, e no diabetes. E, de acordo com os dados médicos são mil e um fatores responsáveis pelo descompasso no bom funcionamento do corpo humano. Somam-se ainda o estresse, a falta de descanso adequado, preocupações com os problemas da vida, os aborrecimentos, o corre-corre, a luta pelo emprego, etc. Todos nós conhecemos esses problemas, uns mais e outros menos. Vivemos de maneira desequilibrada, uns correndo mais do que devem, outros com vida sedentária. A falta de perspectiva, temor do amanhã, o medo dos riscos que todos corremos na rua, no trânsito ou em qualquer outro lugar... E a falta de fé, de otimismo, de esperança que alimenta a positividade da vida, fazendo com que fiquemos a salvo de outros perigos.

Mas, vamos aqui dar atenção ao fator alimentação. Com o corre-corre diário muitos recorrem a uma alimentação rápida na rua, então aí estão os “Fast- food” facilitando, simplificando. Nessas guloseimas, que é a preferida dos jovens e crianças, começam os excessos: fritura, sal, gordura e sabe-se lá mais o quê compõe esses bonitos e apetitosos pratos. Para acompanhá-los, um bom refrigerante, um sorvete no calor ou um bom doce, quando não os saborosíssimos chocolates, porque ninguém é de ferro.

As famílias que não concordam com essa alimentação, valem-se dos supermercados com os semi-prontos, os embutidos para o lanche, etc... Mais gordura, mais sal, conservantes, aromatizantes, fibras, e tudo mais, menos saúde.

Todos sabemos que ingerimos diariamente agrotóxicos que são indispensáveis para uma verdura ou fruta boa, bonita, fresquinha. Já deixamos para trás o açúcar refinado, o arroz branco, a gordura de porco, os temperos prontos; moderamos ou restringimos a carne vermelha e os embutidos. Mas consumimos carne branca que nos são oferecidas em embalagens decentes. Traz a marca respeitável no invólucro, a data de validade, etc. Produto garantido. Porém, conhecemos de longe o que é um aviário, e temos conhecido mais de perto como são criadas essas pobres aves. Luz acesa 24 horas, ração com horário marcado, com um bom percentual para que os ovos sejam de primeiríssima qualidade. Esses pobres animais não dormem, alimentam-se dia e noite para conseguirem peso, não conhecem a vida que deveriam ter, um poleiro, um quintal para ciscar, o velho e saudável milho, não sabem o que é uma ninhada de pintinhos, enfim, morrem de cansaço pela vida de presidiárias, confinadas que são em milhares de gaiolas de 0.45 por 0.45 para três aves, vivendo essa vida de condenadas pisando em grades de arame, sobre o que recende das suas fezes, que são depositadas no chão infectando o ambiente, que, aparentemente é limpo, mas onde reside uma vida sofrida, morrendo antes mesmo do abate, quando não são levadas para serem abatidas e mergulhadas em água fervente antes mesmo de terem morrido.

Aqui tenho duas perguntas: Onde entra o pessoal da sociedade protetora dos animais? E a saúde pública, o que pensa disso? Como podemos nos sentir bem sabendo que estamos ingerindo uma carne cansada, de um animal maltratado, estressado, com a vida curta que levam, e certamente doente?

Para encerrar este repúdio ainda tenho bem vivo na mente o quadro de outras pobres aves, os gansos, que comem a cada três horas uma alimentação colocada através de tubos na sua goela, empanturrando-o além do possível para conseguir o máximo de seu fígado, para depois extrair seu órgão crescido, que é comercializado por quem tem muitas posses, esse prato “finíssimo” o patê de Foie Gras.Um fígado engordurado só pode ser doentio. Como pode um ser humano em sã consciência ter satisfação nesse sabor advindo da infelicidade de uma ave, um desrespeito para com a natureza?!

Não é por menos que doenças estão cada vez mais apertando o cerco da vida humana!

Esse é o ser inteligente que apurou seu gosto através de bebidas mais sofisticadas, de carnes mais bem apresentadas, que mata outros seres pelo prazer da gula, matando-se aos poucos de maneira cara, a jactanciar-se de apreciar as “coisas refinadas da vida!”

Fica aqui a proposta para que apurem a veracidade dos fatos para saber o que queremos para a nossa vida: se vamos continuar aceitando de olhos fechados e comprando a peso de ouro doenças futuras para nós e nossos filhos, ou vamos agir por livre vontade e consciência?!

Stella Mello (lstellamello@uol.com.br)

autora dos romances EULÁLIA e AMOR SEM FRONTEIRAS

Stella Mello
Enviado por Stella Mello em 23/10/2008
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