O mandamento do AMOR

Dia desses participei de um curso de catequistas ministrado por um seminarista, que em certo momento nos interpelou sobre qual o maior mandamento da lei de Deus. Obviamente respondemos todas em coro: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS. O coro só não teve a participação dele, que altissonante nos rebateu afirmando que o maior mandamento era: NÃO MATAR. Uma das coisas que me sublevou foi não termos o direito de dizer o contrário, não termos a oportunidade de, também, expor nosso ponto de vista. Olha, depois dessa confesso que não sei mais em quantas anda o mundo. É gente querendo inventar moda a todo custo. O próprio Cristo assegura, em Mateus 22, 34 a 40 que o amor ao Pai e ao próximo, é a base da sua doutrina.

Porém, vejamos os argumentos do seminarista quanto a sua categórica afirmação. Segundo ele, o maior mandamento é não matar porque se amamos não matamos, quem ama não mata. Realmente quem ama a Deus não mata. Contudo, se a pessoa ama apenas a si mesma e ao próximo, sem amar a Deus, mata. Não tenha dúvidas. Mata porque seu amor não tem base sólida, é artificial, efêmero, inconseqüente. Agora, se o ser humano pauta sua vida em princípios dignos, éticos, testemunhando sua vida através do Evangelho de Jesus, tenho para mim que não mata não. Literalmente não mata. Com palavras qualquer um tira a vida de outrem; ou que tenha Deus no coração ou não, pois somos limitados e deixamos escapar, às vezes, termos que ferem mais do que uma lança. Isso também é uma forma de matar.

É muito simples a dinâmica de Jesus quanto ao seu mandamento maior. Ame a Deus, ame você mesmo para poder amar o próximo. Quem ouve e coloca em prática essas palavras de sabedoria atinge o ápice da existência.

Tenho convicção de que a Palavra de Deus é rica, é sempre atual, devemos ampliar os nossos horizontes quando a meditamos, devemos ler embasados na razão e na emoção e interpretá-la de várias formas, mas sem fugir da essência. Agora, concordar com o jovem seminarista, sem ter a chance de igualmente opinar, isso não!

Ultimamente temos visto as pessoas distorcerem determinadas citações, como esta que acabo de mencionar, por exemplo, e o que é pior, somos praticamente obrigados a ser coniventes, dizer sim, sim e pronto. Mas meu ponto de vista não mudo, não mudo mesmo. Se realmente amamos de verdade, oramos, vigiamos, nunca, mas nunca mataremos, disso eu tenho certeza.

Lembram do Lindemberg? Ele disse que tinha um anjinho e um diabinho importunando-o. Ora, se eu estou vigilante e firme eu mando o diabinho pros diabo que o carregue. Ou será que não tenho força sobre mim, sobre os meus atos? Se não tiver, estou fraca de espírito, não estou alimentando-o como deveria e se não o alimento ele fica vulnerável e se fica vulnerável qualquer "diabinho" vem e me convence a fazer o que não quero.

Bom, gente, se fui muito radical, se estou errada me perdoem, mas é meu ponto de vista e não vou mudá-lo, acho que tenho esse direito. Mas fiquem à vontade para me atirar pedras. Quem nunca manteve firme suas idéias em determinadas causas, que atire a primeira.

Até mais!

Elian Bantim
Enviado por Elian Bantim em 27/10/2008
Reeditado em 27/10/2008
Código do texto: T1250010
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