CARAMELO É DOCE E VOCÊ É AZUL.  
 
Esta não é uma felicidade impossível. Esta é uma felicidade possível, das boas, com substância cremosa, gostosa, tangível e cheirosa. Um festival de tom pastel inunda a minha alma nesse dia que sempre foi um dia de nada. Mas é porque isso nunca me aconteceu. Nunca, nunca, nunca. Esse dia sempre me encabulou em toda a sua extensão, e por conta disso, meu jeito de celebrar sempre foi tão melancólico quanto o toque de um estadista no monumento aos mortos. Da mesma forma como se celebra o Dia do Soldado Desconhecido, eu sempre celebrei esse dia -com certo distanciamento filosófico existencial. 

Muito antes d.P.! Muito antes.
 
Mas hoje quero celebrar algumas pessoas especiais que Deus colocou em meu caminho. Devo iniciar falando de uma amiga que me veio de longe: Claudinha! Como conheci Claudinha? O meio que Deus usou foi o Orkut, mas quando os nossos perfis se cruzaram, na verdade os sinos tocaram anunciando o trabalho dos anjos. Uma grande dor nos uniu e Jesus foi o amálgama. Claudinha, hoje, talvez seja   a pessoa que mais me escuta, sem nunca ter ouvido a minha voz, a não ser pelos áudios que gravei aqui em casa. 


 
Pois essa moça me faz a seguinte surpresa nesta manhã: me envia por sedex o exemplar novíssimo de um livro esgotado que se chama “ A Louca da Casa” de Rosa Montero. Na capa do livro, uma menininha vestida de côr de rosa é o prenúncio do que me espera, da louca que sou, a cada dia me fazendo mais, sem que a loucura nunca tenha fim.
 
  Eu estou como quem sonha. Pego o livro e o aperto contra o peito só para ter a sensação de que já o tenho, mas ainda não quero gastá-lo, lendo nem uma palavra: basta-me saber que esse exemplar  é meu.  Só li a dedicatória escrita com uma letra tão linda que faço questão de mostrar a vocês: 

 
 
 
Depois, como se isso fosse pouco, ela também me manda orquídeas. Eu jamais poderia esperar que Lucibel, em Cruzeiro do Oeste  fosse portadora de  orquídeas amarelas,  com o selo do Rio de Janeiro e o carinho de Claudinha. Assim já é demais. 

Olhem o cartão que sugestivo. Esse cartão foi onde mais Deus falou comigo: 

 
Claudinha, nesta manhã, você me fez muito feliz: pelo livro que eu queria tanto, e tenho agora em minhas mãos, como jóia preciosa;  pela orquídea amarela,  que está enfeitando a minha sala;  e principalmente,   por você existir em minha vida e compreender a minha essência -  por interpretá-la tão bem, e ainda me amar:  com todos os meus defeitos, com todas as minhas fragilidades,  e com todas as minhas angústias existenciais. Obrigada por não acreditar quando eu me finjo de forte, e obrigada por não esquecer que " quando sou fraca, aí então é que sou forte."
 

 Peço licença para terminar com as palavras que você me dedicou e que, para mim são um prenúncio de tempos:
 

“ A impossibilidade ao homem é a possibilidade para Deus. Tá aí o seu livro esgotado.”
 


E tá aqui o meu coração, gelatinoso e derramado. Que Deus a abençoe. 

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*A foto foi "roubada" do seu orkut, sem a sua autorização. Se o Marcos brigar, vc me avisa que eu tiro.