@@ na hora do conto @@


Estando ainda a luz acesa, pois o menor  brincava com seus bonecos no travesseiro, aproveitei e,  como de costume, sentei-me perto para ler um livro.  Na verdade, um conto. 

Geralmente costumo prestigiar livros de autores locais e também de fácil linguagem para crianças, mas desta vez, achei que já estava na hora dele entrar na vida deles, devagar...

Quando comecei a ler, pareciam estar alheios, sem dar muita importância. Mas, como sempre, insisto até que algo na entonação da minha voz,  possa depertar o interesse pela história. Então, continuei, agora mais teatral, pois pareciam estar procurando à certa altura, entender o que eu lia.

Vez por outra percebia o olhar de interesse, mas nenhuma pergunta. O caçula, que continuava a brincar, às vezes parava, como quem quisesse indagar. Mas nada. Nenhum comentário. Já estava no meio da história e imaginava que aquela linguagem talvez tivesse confundindo a cabeça, mas ao mesmo tempo prendendo a atenção.

Pensei:" bem, ao menos estão curtindo o conto".

De repente, como quem joga um balde de água fria,  o caçula falou franzinhdo a testa:

- Mãe, esse cara escreve muito mal!

Não me contive, caí na risada, pensando sobre a sua primeira opinião sobre
Machado de Assis!