Plantas que curam.

Sebastião era um homem muito bom. Lavrador desde que nasceu, Tião das Ervas, como era conhecido por todos na colônia da fazenda em que vivia, era exímio conhecedor das plantas. Conhecia quase que todas e as transformava em remédios alternativos nas curas das doenças. Não havia uma só enfermidade, que Tião não conhece-se a cura.

Todos na colônia, em momentos de enfermidade, recorriam ao velho Tião, que os atendia com calma e serenidade, sempre com um sorriso largo. Nunca cobrou um centavo, muito menos aceitava donativos. Segundo seu lema saúde não tem preço. Tião pedia apenas para as pessoas agradecerem a Deus, o supremo criador de tudo, pela a oportunidade que lhes era concedida.

Mais sua vida não era exatamente um mar de rosas. De sol a sol, trabalhava na roça de café. Pobre e analfabeto, Tião era constantemente castigado pelas humilhações impostas pela viúva do patrão.

Dora pessoa fria e orgulhosa, extremamente apegada aos bens materiais, não aceitava o fato de que o marido, em seu leito de morte, suplicasse para que ela não despejasse da colônia o velho Tião, por quem ele tinha muito apreço.

Ela prometera que nunca o botaria na rua, mas não prometera tratá-lo bem. Ter compaixão não fazia parte de seu estilo de vida, ainda mais por tratava-se de uma pessoa tão “diferente”.

Em passeio pelos cafezais o pequeno Lucas de 10 anos, o único filho de Dora, fora picado muitas vezes por um enxame de abelhas. Sem forças e já muito febril, o pequeno menino, sucumbia ao sol escaldante.

Desesperada, sabendo que o filho não chegaria vivo ao hospital. Engolindo seu orgulho, Dora implorou para que Tião a ajuda-se.

Usando seu conhecimento, através da combinação de plantas diferentes, Tião salvou aquela criança.

Só então, Dora compreendeu, que a diferença entre eles não estava na “cor” e sim no amor.

A incompreensão é filha legitima do orgulho.

Muitas vezes desatentos, não compreendemos o por que das coisas e acreditamos piamente que somos vitimas do acaso, que a sorte não nos acompanha.

Na verdade somos exatamente o que queremos ser. E infelizmente só percebemos nosso erro com a dor.

Como nesta breve historia, julgamos as pessoas pelo seu poder econômico, pelas suas roupas, carros e infelizmente ainda julgamos pela cor.

O amor não tem sexo! O amor não tem idade! O amor não tem cor!

Cosmicamente estamos todos ligados e não há diferença de cor, raça eu distinção social.

Somos todos feitos da mesma essência.

O que nos separa é o orgulho, a soberba.

Face a face com o inimigo, Tião não teve duvidas.

Face a face com o inimigo, Tião não teve rancor.

Ele preferiu o Amor.

Reginaldo Cordoa, futuro Administrador de Empresas e Apaixonado pela Vida.

23/03/2006

Reginaldo Cordoa
Enviado por Reginaldo Cordoa em 23/03/2006
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