Crônicas para um Coração Solitário - Deixe em Paz meu coração...
Ontem eu descobri que estou sendo traída. De manhã, cedo, resolvi abrir alguns arquivos em meu PC e li um conversa que meu “namorido” havia tido com um perdedor que ele chama de amigo pelo MSN. Nem eu sabia que as conversas estavam sendo salvas. Não pude evitar de ler. Ele dizia que ficara com medo de abordar uma menina que ele conhecia, com medo de levar “outro toco”. Fui burra, confesso. Deveria ter lido mais, mas fui incapaz de conter minha dor. Eu o acordei e mostrei aquilo. Ele pediu desculpas, jurou que não fizera nada, que aquilo era bobagem. Não tenho palavras para comentar, não tenho forças para exprimir a dor que essa decepção está me causando. Não sinto raiva, ódio, qualquer sentimento violento. Sinto uma grande pena misturada à decepção. Não sou a melhor pessoa do mundo, mas, sinceramente, não mereço essa falta de respeito. A falta de bom caráter (sim, porque se alguém não tem bom caráter, tem um mau caráter), a mentira, isso me causa piedade. Os mentirosos mais dia menos dia se dão mal e, no meu caso, isso está próximo de acontecer, porque o mundo dá muitas voltas, eu já vi isso bem de perto, embora não tenha vivido tanto. A confiança perdida, meus amigos, é difícil de recobrar. Não vou tomar decisões intempestivas, vou apenas guardar minhas atitudes comigo e tomá-las aos poucos, com a suavidade de uma brisa de verão. Em minha alma não há lugar para sentimentos mesquinhos, vingancinhas idiotas. Apenas fico por aqui, fazendo minhas as palavras de Chico Buarque:
Gota D’Água
Já lhe dei meu corpo, Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor...
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água