O barulho mora ao lado

Hoje acordei às CINCO DA MATINA, por conta da deseducação do meu vizinho com “síndrome de Arnold” (O Schwarzenegger). Em plena madrugada, o cidadão vai para a laje do seu apartamento malhar. Derruba ferro, arrasta peso, ajusta aparelho... Nos apartamentos contíguos a zoadeira parece invadir os cômodos, amplificada pelo silêncio natural do horário. Seria muito interessante, que além do corpo, ele exercitasse o discernimento.

Uma outra vizinha, prima pela delicadeza. Utiliza o corredor do prédio, como lixeira ou caixa de ressonância, para a plenos pulmões, chamar os filhos... Outras horas, quando rola um bafafá na sua residência, a vizinhança é brindada com um rosário de “palavras sensíveis”, um vocabulário... Vez por outra, ela confunde a janela alheia com a tela de um “reality show”.

E que tal, aquele sujeito que desfila com a motocicleta com o escapamento aberto, “presenteando” a todos com uma barulheira ensurdecedora? Sem falar naquele que na porta do bar aqui perto, abre o fundo do carro (achando que só ele pode ter um som potente) e despeja dejeções sonoras (que ele chama de música). É: passa não sei o que no chão, pega não sei aonde, toma não sei o que, rala aquilo no asfalto, chupa que é disso, senta que é daquilo outro...

Depois dizem que somos civilizados. Esse pessoal não aprendeu ainda aquela jurássica lição: “o direito de um, termina onde começa o do outro”? Mas, afinal, só podemos socializar aquilo que temos dentro de nós. Cidadania, é algo que se cultiva. Ou não.