Eu sou igual às mulheres; ou elas são iguais a mim?

É de nos deixar de queixo caído que em pleno século XXI, quando falam em eleger uma mulher (se bem que não tão pura) ao cargo máximo da nação, as mulheres ainda aceitem serem descriminadas tão publicamente, e ainda dizendo amém. Isto me ocorreu no momento em que vi milhares de mulheres, entulhadas em uma praça, dizendo o sim universal a uma ordenação de padre. Alguém já viu um padre mulher? Papa já houve um; quem conhece a história de Joana IV, sabe do que estou falando.

Ser padre não é falta de mérito, ao contrario. Ainda acredito que somente homens diferentes, especiais, chegam a esse patamar social. Se do vocacionado é o direito de escolha, o poder de decisão é dos bispos. E os reverendíssimos ainda não decidiram por uma mulher padre, nem que seja como uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher, que se aproxima. Outra descriminação é ter um dia internacional da mulher, sem que haja em nós a lembrança que todos os dias são internacionais, e também são dos homens e das mulheres!

Sem que nos apercebamos nós humanos discriminamos muito mais que percebemos. Quando um cidadão homem, às vezes até de mais idade, oferece um assento em um ônibus, por exemplo, à uma mulher nova que com saúde extravagante vem em pé ao seu lado, não o faz por delicadeza ou educação; ou tem o conceito de que a mulher é um objeto frágil ou, com terceiras intenções quer dar-lhe uma cantada. É um exemplo! Assim, de exemplos a exemplos, os homens vão usando as mulheres como objeto de segunda, quando deveríamos tê-las naturalmente de domingo (quem sabe celebrado as missas dominicais) até segunda-feira.

A mulher cabe perfeitamente ser chamado de “humano especial”, pois é mais completa que o homem, pois tem poder de gerar em seu ventre um outro homem! Ela já é uma benção em nossas vidas, por que não nos abençoar lá no altar de Deus? Ou não merece subi-lo? Sexo, tempo menstrual, impurezas (?) são tabus desde a fundação do mundo pelo nosso Soberano Deus; e eu O pergunto, é pecado? Por que este desejo foi criado justamente no paraíso, que deveria ser a terra? O grande problema de se acreditar em histórias, não só esta da maçã, é que todos os historiados parecem se fazer de moucos e deturparam o que deveriam narrar.

Pelos milênios misturara-mos sexo e amor. Sexo e sinônimo de impureza, sexo e inferioridade? Tudo deve ser conseqüência de uma vida sadia, e nada sendo feito sem responsabilidade e com vulgaridade, mas não são necessários tabus ou mistérios. Com certos preconceitos, milenarmente as mulheres vem sendo discriminadas, pois ainda há a idéia, com colaboração dos ritos da igreja, de que mulher “naqueles dias especiais” é impura para tocar em objetos sagrados. E não me venha qualquer sacerdotezinho, que não procura a história, dizer que isto é apenas uma tradição!

Estamos em tempo de acabar com tradições e partir para uma reorganização do mundo, não dividindo espaços e tarefas por sexo dizendo “isto e do homem, isto é da mulher!”. A seleção de movimentos das engrenagens desta máquina chamada Universo, deve estar apenas separadas pelas vocações, pelas necessidades das tarefas, pela vontade de cada um buscar desenvolvimento científico ou intelectual, e também, sim, haver necessária diferenciação na formação da estrutura física, pois sabemos que há uma diferença entre genética nos esqueletos, como há em um da criança e do adulto, mas nada que impeça em ter-se igualdade plena, principalmente no que não dependa de esforços físicos!

E já que convencionaram, vamos comemorar o Dia Internacional da Mulher neste mês de março, mais precisamente no dia 08, dizendo amém e beijando as mãos destas sacerdotisas de nossas vidas!

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(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor dos jornais impresso e eletrônico Vanguarda Bahia, ao qual faz o convite ao leitor para que visite este site sempre. A nossa redação fica em Guanambi, Bahia, e aberta a todos os amigos, por e-mail ou para beber um cafezinho quentinho, que pode ser café macho ou café fêmea. O sabor é igual!