No mundo da cibernética...

A modernidade está ai exalando nos poros de todos, o tempo todo, tudo está na “rede”, tudo que se quer saber, ver, conhecer, basta um clique e lá estamos nós, nos inteirando do assunto. Dinossauros, astronautas, plantas, crianças, doenças, corrupção, educação e infinidades de temas. Assuntos antes proibidos em épocas de ditadura hoje, estão escancarados. Somos pós-modernos, contemporâneos...ops, esqueci-me do Orkut e afins, lá deparamos com toda sorte de pessoas, fakes, comunidades, variedades, o mundo cibernético totalmente aberto e atrativo. Nem os veteranos escapam das garras das redes de relacionamentos e sabem por quê? Lá encontramos nossas relíquias! Isso mesmo, escolas que estudamos na infância, amigos que não víamos há “trocentos” anos, professores queridos, muitos que nem estão mais entre nós. Ah! ai sim, a identificação é imediata e os veteranos se vêem às voltas com o mundo da net, todos os dias, os dedos ágeis, claro, melhor que muita gente, passamos nossa adolescência em frente a uma Remington, os artelhos doloridos pelo esforço que fazíamos para ver uma palavra aparecer no papel. Revivemos tudo, e começamos uma troca de informações ávidas e descobrimos que aquele menino franzino apático que sentava no cantinho da sala e carregava a bolsa da professora, tornou-se um executivo de sucesso e aquela menina, linda, inteligente, estudiosa, que sentava na primeira fila, tornou-se uma dona de casa, cheia de filhos, mudou-se pra Jampruca por causa do marido e seu contato com o mundo externo é a net onde ela se acaba, como e quisesse dizer, olha, sou ultrapassada, mas ainda estou viva! Isto, sem falar nos amores do passado que vamos descobrindo e a curiosidade de saber como estão, o que fazem, se casaram... e por ai vai, a bisbilhotice não tem fim, é como aquelas correntes que nos mandam, um vai passando pro outro que vai encontrando ao longo do caminho até o momento em que um fala ”temos que nos encontrar”. Acabou. Parou por ai, perdeu o encanto, por que na verdade, ninguém quer se encontrar efetivamente, o que se quer mesmo, é relembrar, reviver, mas de forma lúdica e virtual, no exato sentido da palavra. O encontrar em si, não é tão importante, o que se quer é saber o que foi feito dos sonhos das pessoas que um dia fizerem parte de nossas vidas. Uns vão se perdendo novamente, alguns até se encontram, mas para a maioria o que fica mesmo são as lembranças, aquele recados esporádicos e vez por outra surge a mesma frase “precisamos nos encontrar...” até se perderem novamente.

Lú Garcia
Enviado por Lú Garcia em 25/03/2009
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