Aprendendo a Viver.

Os pensamentos não param, enquanto finjo não ver o tempo passar. Há quase um empate entre a velocidade da mente e a do relógio.

Os dias encolhem e os sonhos concorrem por um lugar na noite. Acordo com um sonho interrompido na ponta da língua ou na varanda da alma.

As palavras brigam dentro de mim, enquanto tento mantê-las em harmonia aqui fora. Daí o enjôo.

O embrulho no estômago é o desconforto de um espírito inquieto que busca a sabedoria na paz.

É fácil ceder ao impulso. Difícil é enfrentar as consequências do não pensar antes de agir. Mais dificil ainda é aprender a viver.

Não vale se fechar no castelo. Rapunzel, a mocinha de tranças do conto de fadas, não sobreviveria no século XXI. Ninguém mais usa tranças e os príncipes são espécie em extinção.

Claro que notei uma resquício de ingenuidade na última frase. Batalha quase perdida matar o romantismo em mim.

Deixem-me crer que ainda há cabeças coroadas e bons corações, mesmo que eles não sejam meus pares na dança da vida, fico bem por saber que existem e que farão alguém feliz.

Os ponteiros continuam a competir com meus pensamentos. Inspiro, prendo o ar e expiro devagar. Assim aprendi a controlar a ansiedade.

Preciso aprender mais. Não quero parar nunca o aprendizado, mas tenho que vivenciar uma lição por vez.

Agora estou tentando liberar as palavras nascidas na mente ou no coração.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 12/05/2009
Reeditado em 17/05/2009
Código do texto: T1589577
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