Sonho em Noites de Verão.

Temo a próxima palavra com receio de macular o sonho. Preservarei o estado de alma a todo custo e, portanto, serei breve ao me expressar.

O medo foi vencido pela vontade quando deixei crescer minhas asas antes cortadas. Voei quase às cegas, mas pouco  me importava o que via durante a travessia.

O destino, sim, era importante e me atraía como imã. Lá encontrei pão e vinho. Doce e sal. Foz e cais. Renovei as energias na mesma fonte em que as gastei. Fartei-me no teu olhar. Não dormi; sonhei para não despertar.

Ri das mesmas piadas e adquiri novas para permanecer sorrindo, ainda assim chorei, mas chorei com doçura. Fui à festa com a melhor companhia. Dançamos os passos ensaiados e improvisamos outros sem medo de errar.

Quis trazer sua gravata, mas você trocou por um cravo que guardo em meio às melhores sensações. Retorno com o corpo cansado, mas com a alma tão leve que a qualquer momento posso sair pela janela a levitar.
Dormirei. Talvez o sono seja a única forma de manter o sonho acordado em mim.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 08/07/2009
Reeditado em 29/09/2010
Código do texto: T1689253
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