Buscando o amor

Talvez eu venha a ser repetitivo neste assunto chamado amor. Tenho lido aqui vários textos sobre o assunto e todos sem sombra de dúvida muito bons. Em todos eles pude sentir o momento e um pouco do sentimento que habitava no coração de cada autor enquanto escrevia. Como alguns destes meus irmãos de jornada, também já andei dando meus tropeços e em algumas vezes sendo atropelado por este sentimento chamado amor.

Em algum momento da minha vida a sede insaciável de prazer renovado a que eu atribuía ao amor, levou-me ao desiquilíbrio. A busca irrefreável de afeto que me completasse, conduziu-me ao que eu chamaria de uma espécie de abismo da loucura.

A ansiedade por encontrar quem me compreendesse e apoiasse, oferecendo-me segurança integral de sentimento, empurrou-me para os precipícios da falta de amor próprio.

Eu não percebia, como aprendi mais tarde, que a pressa de encontrar quem estivesse disposto a doar-me ternura da mesma forma que doava , afastava os corações que pretendiam ajudar-me, porque em faixa afetiva diferente eles se afeiçoavam em espírito, enquanto eu vibrava outra forma de necessidade.

Aquela insatisfação, que desfrutava, gerava em mim um distúrbio lamentável de comportamento, que ameaça a minha vida, excesso de bebida, cigarros, madrugadas diárias em bares.

Hoje, vejo com clareza que o que me faltava e acho que é o que falta a muitas pessoas é o resultado do mau uso da oportunidade de amar verdadeiramente em oportunidade transata. Carência de hoje, foi desperdício de ontem.

Aprendi que ninguém há, que se encontre, na Terra, completo e realizado. Na área da afetividade, a cada momento defrontamos amores eternos que depois se convertem em pesadelos de ódio e muitas vezes em crime. Muitas promessas "para toda a vida", às vezes, duram uma emoção desgastante e frustradoras.

Sorrisos e abraços, júbilos infindos de um momento, tornam-se, sem motivo aparente, passados de rancor, agressões violentas e amarguras sem nome. Tudo, neste mundo corporal, é transitório, é uma forma de aprendizagem para vivências duradouras, posteriormente.

Assim, evitei sonhar, no sentido de acalentar esperanças absurdas, nas quais pretendia me submeter aos outros em seus caprichos pessoais, com intuito de me sentir amado na mesma intensidade que amava, pois estes também passariam com rapidez.

É, se eu desejo amor de plenitude, canalizo as minhas forças para meu interior e para a caridade, transformando as minhas ansiedades em bem-estar para outros muito mais necessitados do que eu. Não desviei mais a tônica da minha afetividade, colocando sentimentos imediatistas, que me deixariam ressaibos de desgostos e travos de fel.

Uma coisa muito importante que aprendi é que a pessoa que considerar perfeita e capaz de completar-me, é tão necessitada quanto eu sou. Se for para seguirmos o caminho juntos, não temos que adornar os nossos eus, evitando assim que mais tarde venhamos a descobrir que tudo foi um ledo engano.

Amar é conservar puro o afeto em relação ao próximo, sem ilusões de perfeição em sonhos e fantasias.

Aquilo que eu merecer e necessitar, chegará no meu momento próprio.

E chegou... Mas meu irmãos, cuidado, com as aspirações-tentações, que se podem converter em sombras na mente e em sofrimentos incontáveis para o coração.

Afirmou Jesus, que os Seus "discípulos seriam conhecidos por muito se amarem", sem que convertessem esse sentimento-luz em grilhão-treva de paixão.

Espírito Livre
Enviado por Espírito Livre em 05/06/2006
Código do texto: T169846