SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?

Quantas vezes nós já lemos ou ouvimos a frase acima ou algo parecido, hein?!
Pois é. Na semana passada, um lamentável episódio trouxe novamente à tona o nefando complexo de superioridade que volta e meia se apossa de alguns seres humanos.
Ocorreu em Belém, na madrugada da última  quarta-feira.
Um Procurador do Estado do Pará foi conduzido a uma delegacia por dirigir embriagado.
Até aí nada digno de muito alarde, haja vista que não são raros casos similares envolvendo autoridades.
O que chama a atenção é o comportamento do ilustre agente público dentro da repartição policial.
Invocando sua condição de advogado e procurador, ele tratou de ofender os policiais participantes da ocorrência, dando a entender, por intermédio de seus inflamados brados, que eles não poderiam fazer aquilo. Não com ele.
Adjetivos como "burro", "babaca", "mané" e "otário" foram dirigidos àqueles homens que nada mais faziam do que cumprir seu dever funcional. Se assim não fizessem, ficariam sujeitos às penalidades impostas pelo Estado. O mesmo Estado que o Doutor/infrator representa em juízo.
Dentre os dizeres em que usava as citadas expressões, cabe registrar: "Tu vais ser um babaca por mais 30 anos", "Eu posso te chamar de otário".
O rosário de arrogâncias possui outras pérolas, porém vou mencionar apenas mais uma, dita por ele ao tentar entrar na sala do delegado: "Eu sou Procurador do Estado. Anuncia". O delegado pediu que ele aguardasse, como cidadão comum.
Em síntese foi isso.
Depois do estrago já consumado, sóbrio, ele se desculpou perante as câmeras.
O fato de estar sob o efeito do álcool tem o condão de absolvê-lo (moralmente falando) ou mitigar os impropérios proferidos? Há quem diga que sim.
Outros dizem que seus sentimentos, conceitos e opiniões apenas afloraram em decorrência da substância e/ou que a forma de expressar foi apenas potencializada devido à embriaguez.
Tendo a concordar com a segunda opinião.
Façam suas apostas.