Inocências...

Lembrei de meus livros de infância...

Aprendi a ler com dois para três anos. Duendes que viviam embaixo de cogumelos gigantes, fadas lindas e muitos anjos... E tudo que eu sabia era que os duendes que viviam, ali, debaixo dos imensos cogumelos, viviam na Holanda.

Existiam, ainda, aqueles tamanquinhos lindos...

Depois, acreditei que a Tininha - a Locomotiva - existia mesmo, eu tinha o livro dela. Tininha rimava com Tintinha!

Acreditava que, quando a porteira da fazenda do vovô rangia, por volta de meia-noite, era o lobisomem passando... Fazia-se silencio total!

O medo dominava, mas a curiosidade era atrevida, maior, bem maior!

Sempre tentava espiar pela fresta da janela. Abri-la? - jamais!!

E eu pensava que a noite nunca passaria, nem dormiria... Em vigília.

Mas, dormia sim, sonhava, sonhava... Sonhava com passeios nas estrelas. Saltos imensos, eu voava, podia voar...

Será que todo mundo já voou?

Levitava, saía pela Galáxia, aos pulos, como os astronautas: meio voando, meio andando... pisando nas estrelas!

Aqueles sonhos se foram. Não sei se os posso ter uma vez mais!

Flores, campos floridos. Eu cavalgava o cavalo de meu avô, o Alazão!

Ele, por muitas vezes, voou comigo. Era dócil, sensível. Eu o amava.

A minha infância foi tão linda, tão feliz, tão protegida!!

Hoje, só penso em você!!

E quero voar assim, juntos...

Neste sonho louco que não sei se será real... quando eu despertar!

Anna Paes

19/08/2009