O MOMENTO ESPERADO

Julia estava rodeada por pessoas. Muitas flores recebera e outras tantas não paravam de chegar. Recebia carícias, beijos. Muitas pessoas ligavam para sua casa. Sua secretária eletrônica já nem gravava mais as mensagens, estava com a memória cheia. Carros nem tinham onde e como estacionar. Todos queriam ver Julia. Telefones fixos, celulares, fax, email´s falavam dela, perguntavam por ela. Até a rádio da pequena cidade falou dela. Suas filhas a fitavam, abraçavam, pediam sua atenção.

Julia estava tendo naquele momento tudo o que esperou numa vida inteira, mas nada do que estava acontecendo a atingia nem fazia com que ela sorrisse de alegria e seu corpo não podia retribuir com o calor que sempre desejara passar a quem dela se aproximasse.

Julia estava sendo carregada pela multidão que a ignorara. Não se movia nem vibrava. Julia estava morta. A multidão, seu caixão até o túmulo carregava.

ANA MARIA CALHEIROS DE MELO
Enviado por ANA MARIA CALHEIROS DE MELO em 30/09/2009
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