Vitirinário

Fui passar um fim de semana na casa de uma prima, em uma pequena cidade do interior do RS. Ao fim da tarde, no dia que cheguei, fomos dar umas voltas, para eu conhecer a cidade.

Tarde morna, sol se pondo, brisa...eram um convite para sentar-me na linda praça da cidade. Adoro praças, principalmente se de cidade pequena...

Sentei-me e fiquei apreciando as poucas pessoas que por ali transitavam. Minha prima, falante e impaciente, disse que precisava fazer umas compras, eu que ficasse "curtindo" a " pracinha" que, para ela, já nada tinha de atrativos. Eu esperaria por ela, exatamente, ali...

Foi-se, e eu, distraída, respirando aqueles ares de jardim florido, de gente simples indo e vindo, de falta de canseiras...."viajei"...

- Cença, sora?

Assustei-me! Um gari, varria, vigorosamente, os caminhos da pracinha, e eu estava ali, bem sentada, atrapalhando-o, certamente. Levantei-me, enquanto ele passava a vassoura por baixo do banco, puxando folhas e levantando poeira....E foi varrendo adiante.

Sentei-me, novamente, e continuei minhas divagações. Mas "acordei" de novo. O varredor conversava com outro homem.

- Então, seu João, como vai a vida? - perguntou o outro.

- Vai indo, seu Tonho, vai indo... Num tá parada, né...

- Que calor, hein, seu João? Que seca! Será que hoje chove?

E responde o varredor:

- Cumé qui eu vô sabê, seu Tonho? Eu num sô "vitirinário!