Saúde à beira da morte

O sistema de saúde há tempo está doente, à beira da morte, só mesmo com sorte é que se consegue um razoável atendimento, tanto da Previdência Social, como nos postos do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social). Não adianta estar morrendo, se depender dele não irá viver. Neste último o “segurado” reclama, esperneia, briga e até entre em confronto com o atendente, mas se precisar de ser socorrido com urgência, não irá com certeza sobreviver.

Quando se trata de idoso, o caso é mais sério, que é a maioria, se ele estiver conseguindo ficar de pé, a mínima atenção não lhe é dispensada, caso esteja a beira da morte, com um pouco de sorte, é colocado sobre a maca enferrujada e lá fica “mofando” até que alguém dele tenha piedade. Que pena! Um cidadão que contribuiu para a Previdência durante toda a sua vida ativa, agora tem que passar por essa humilhação e os responsáveis não estão nem aí para ele.

Os familiares ou os que por ele são responsáveis ficam indignados vendo tanto descaso e, sem quase nada poder fazer e entram em desespero imaginando: - Uma pessoa que poderia viver com certa qualidade de vida por mais alguns anos está fadado a morte,- se não forem detentores de algum recurso financeiro para levá-lo ao um hospital particular. O caso é muito grave, pois a Previdência foi criada com finalidade de amparar o trabalhador quando numa certa idade ou quando ele por qualquer percalço cessar sua capacidade laborativa.

E não é muito diferente a situação dos mais jovens que depois de muito esperar conseguem um atendimento médico. De posse de uma receita escrita às pressas pelo o médico que o atendeu vai a farmácia da instituição (hospital), chega a ficar quase que numa espera infinita para pedir o medicamento, quando vem o balconista e consegue ler aquele emaranhado de caracteres responde-lhe: “Não temos este medicamento, está por chagar daqui umas duas semanas mais ou menos, se quiser venha aqui depois desse tempo que talvez já teremos para lhe fornecer”.

O paciente sai dali desnorteado, pensando no que fazer para conseguir o medicamento, o jeito é recorrer aos amigos e pedir ajuda, isto porque muitas vezes esse paciente pode estar desempregado e não ter a mínima condição de comprar nada, as vezes fica difícil comprar até o “leitinho” das crianças, o alimento básico para sua sobrevivência e dos demais componentes da família.

A quem interessa esse descaso, governo federal, estadual ou municipal?! Para onde vão os recursos previstos no orçamento aprovado pelo legislativo e executivo todo ano. É de doer o coração quando entramos num hospital e deparamos com tanto descaso, não só com os pacientes em termos de tratamento digno, mas também com o bem material que tanto suor nos custa ao longo de nossas vidas, aparelhos caros quebrados e jogados nos cantos das salas, camas, macas raio x, etc. Tudo isso abandonado, sem quaisquer inciativa para recuperá-los, sem falar na conservação, pelo menos, internas dos edifício que abrigam a instituição, que são um verdadeiro ninho de morcegos, uma caverna abandonada.

Urge a necessidade de providência o mais rápido possível, do contrario o trabalhador, vai continuar buscando atendimento somente quando estiver morrendo, quando na verdade ele deveria ter um atendimento preventivo para evitar deterioramento da sua saúde e gastos exorbitantes com pequenos procedimentos médicos. A doença do sistema de saúde no Brasil é tão grave que se deixar ela vai morrer antes de todos nós, pobres coitados e desvalidos dos poderosos do planalto.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 06/07/2006
Reeditado em 06/07/2006
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