Passei, passamos...

O que lhe faz assim tão amargo? Em que estrada dessa vida você se

perdeu do mundo nosso?

Olho você...e muitas vezes me pergunto...o que aconteceu conosco?

Porque estamos atados um ao outro se não temos quase nada mais em

comum...não falamos o mesmo idioma...temos metas e sonhos tão

desiguais...temos horários diferentes...eu sou chuva e você é pó...eu

sou dia ensolarado e você noite sem lua....eu sou verão e você

inverno...eu sou hoje e você ainda vive no ontem...

Olho você e não o compreendo, o que poderia fazer você feliz?

Certamente, não eu...

Não sou tão manipulável mais...estou saindo da sua teia...e sei o

quanto isso lhe faz sofrer...sei o quanto dói me ver escapar pelos

vãos dos dedos...

Não sei mais abaixar a cabeça e aceitar calada aos seus

desmandos...ao seus

atos irrefletidos...não cedo mais à sua fúria...

Olho você e me pergunto...onde vou guardar a minha ânsia de

viver...até quando vou encaixotar os meus sonhos...como vou continuar

fugindo das pessoas...

Sei que você não me compreende...mesmo que eu responda a todas as

suas perguntas...ainda assim, sei que você não vai entender que somos

duas ilhas distantes...em mares completamente separados...

Posso sentir o quanto dói em você as nossas diferenças...tanto quanto

é difícil

pra você compreender minhas necessidades vitais...

E nos distanciamos...cada dia mais...inexoravelmente...você se fecha

nas suas

verdades...e eu nas minhas excentricidades...

Você é um mundo e eu, outro...girando em órbitas diferentes...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 22/05/2005
Código do texto: T19016
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