Viciada em letras

Um olhar sonolento pela fresta da janela e a constatação que o dia amanheceu, parecia cedo, mas a claridade era cinza...a tv ligada comprovava que já não era cedo, os motores da fórmula 1 rangiam nas pista de Mônaco.

Ensaiei sair da cama, e o frio em contato com a pele nua, me arrepiou, é domingo, melhor aproveitar mais um pouquinho, afinal, só tem um domingo por semana, rs.

Depois de rolar pra lá e pra cá, não resta outra alternativa senão levantar, o sono se foi e a cabeça já ligada na tomada, começa a trabalhar...simbora pra mais um dia de tentar por as coisas da semana em dia. Todo domingo é a mesma dúvida ...ligar ou não o micro, melhor dar um descanso e e cuidar de ler aquele livro começado e arrumar uns cantinhos que estão na maior desordem, como ao redor da Capitú e do Bentinho (minhas máquinas), mas aí a gente pensa em passar antivírus, antispan, antitrojam, limpar os caches...e liga, ô vício!

Começo séria a limpeza, já até coloquei o livro do lado pra lembrar que domingo será de leitura, no papel. Como vício de fumante abro a caixa postal, e observo caindo as mensagens, enquanto passa o antivírus, vou bisbilhotando as poesias que chegaram...uma mais bonita que a outra, os dedinhos começam a coçar...caramba eu nem tomei café ainda!

Bom, entre uma xícara de café e uma mordida no pedaço de bolo, a poesia vai cantarolando aqui no meu ouvido, e num gesto quase mecânico os dedos vão digitando pra não perder a sinfonia...já tô afundada de novo na net, escrevendo...e o coração aos pulos, o sangue circulando rápido, buscando a satisfação, que acalma minha alma e meu espírito, quando brota mais uma prosa, uma e mais outra poesia...

Não adianta querer fugir, mesmo quando me prometo que não vou passar nem perto da Capitú, minha veia se agita ansiosa, minha alma precisa se alimentar assim como minha cabeça, pra que meu espírito fique mais equilibrado, e eu vôo raso em busca das leituras que me atraem...e deságuo o que se agita dentro de mim em muitas palavras e versos.

Essa compulsão que me deixa a beira do enfarte, sufocada com palavras; pede, e eu atendo, nem que me tire do sono, meu papel e caneta me acompanham no leito, na rua e em qualquer canto que eu vou, pode nascer uma nova cantiga a qualquer hora, de segunda a segunda.

E viva o meu vício de escrever, que eu morra enfartada, mas nunca de palavras!

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 23/05/2005
Código do texto: T19084
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