JASMIN DE INVERNO

Você pode ver essas marcas no chão, e essas pétalas sobre meu corpo

Eu fui mais uma vítima do amor congelado, pertenço aos perdidos

Peguei grandes jasmins, mais me privaram de doces desejos

Senti sua falta ao longe de meu caminho, tive pena de mim mesmo

Tente parar meu sangramento e tome minhas mãos

Dos meus pulsos escorrem um líquido escuro e estranho

Não parecem pertencer ao meu corpo e escorrem rapidamente

Acho que você não pode me ver deitado aqui, não é!

Olhe para a ultima estrela estampada no céu, veja sua ultima luz

A beleza foi o principio das coisas terrenas que tivemos de melhorar

A alegre solidão não contou sua participação nestes trechos insólitos

Porque eu sabia de seus interesses banais e os privei de você

Mas o tempo correu do lado contrário, as formas fizeram a perfeição

Em você criaram um encanto difícil demais para se decifrar, e por

final, a conseqüência foi a de sua transgressão.

Sua idade e seu puro instinto eram tão sensíveis quanto seus inimigos

Ainda não pode me ver estirado a seus pés e implorado seu perdão

Dos meus olhos correm gotas que ninguém me explicou para

que serviam

Estou aprendendo a conhecer um sentimento terrível que invade minha voz

Percebo que todas as luzes se apagam enquanto meu corpo se torna inerte

Um eterno mortal, uma eterna deusa você se torna, nenhum conto para os filhos

que o destino esqueceu de nos prometer

Mas sabemos que nem todos os ventos são como uma onda que tem um lugar

certo para chegar

Sabemos das mentiras que o frio deixa para confundir até os mais santos dos

amores

Você foi uma caçadora de prazeres, respondeu ao encanto do seu próprio sorriso

Não negue que seu vampirismo secou minhas veias e meu coração que um dia

desejou amá-la com toda a força que há no universo

Deixe-me ao menos morrer olhando seus olhos, não parta também minha alma

que dilacerada se tornou recipiente de falsos sonhos e encantos

Em um próximo futuro deixarei que receba também esta que a muitos pertenceu, mas que apenas você pode merecê-la.

E agora parta, sem olhar este corpo indigente que fica no esquecimento, não quero que veja as partes de um filme do passado

Carregarei sozinho esta cruz que meu coração suporta com audácia, parta e decida-se por seu caminho no horizonte, irei para as terras distantes

Eterno amor de inverno, eu nunca fui seu princípio, mas tentei ser seu destino, nunca fui seu inicio, mas tentei ser o seu fim

autor: Danilo Padovan

Daykon
Enviado por Daykon em 18/07/2006
Código do texto: T196572
Classificação de conteúdo: seguro