Esperança.

Em uma tarde em que o calor paralisa o vento e a alma, assim como o corpo, sente saudade, ela contempla lembranças de um ano febril.

Fiel aos sentidos, acentua ou minimiza fatos, conforme as atuais sensações. Também separa a vida da imaginação.

Em gestos que lhe exige certo esforço ela rasga, guarda, apaga, ressalta, esquece e lembra o que é para ser lembrado.

Já é quase noite, quando aliviando o cansaço, ela prepara um banho com arruda, sal grosso e esperança.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 29/12/2009
Reeditado em 18/05/2010
Código do texto: T2001751
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