Conquistar é uma arte

Conquistar é uma arte

É bem verdade que qualquer pessoa, seja homem ou mulher, quando está no processo de conquista incorpora um personagem. Alguns até representam bem, outros deixam muito a desejar e num primeiro encontro acaba se tornando vilão. Um deslize e pronto, perde-se a sua propensa alma gêmea. Aquela que, quem sabe, até poderia ser a mãe de seus filhos, ou aquele que poderia ser o seu Príncipe encantado.

Evidentemente, as primeiras horas, os primeiros dias, são vitais para uma conquista. Abrir porta de veículo, puxar cadeira, parecem coisas do passado, porém, ainda nos dias atuais existem galanteadores que agem dessa forma. E algumas mulheres acham isso o máximo, outras cafona. Certamente é uma demonstração de cavalheirismo, o problema é que isso é feito apenas nos primeiros encontros, raramente passa do terceiro ou, sem trocadilho, depois do Quarto.

Nem todos desenvolvem bem a arte da conquista e alguns tropeços e embaraços acabam aparecendo, porém o mais difícil ainda é saber lidar com isso. Não se julgue incapaz se após um encontro que parecia agradável acontecer algo de errado como derramar café na mesa, ou deixar cair um talher. Se por acaso ao final do encontro a pessoa parecer indiferente a você, faça o mesmo, pois está claro que não houve compatibilidade de gêneros, esqueça e parta para outra.

Radical ou não, mas existem pessoas que se deixam impressionar com o primeiro encontro, fazendo valer aquela velha máxima de que a primeira impressão é a que fica. Não é porque derramou um café que você seja o pior homem do mundo, mas pode ter certeza de que será julgado por este acontecimento. Ela vai dizer para as amigas: o cara até que é legal, mas é todo desajeitado, não serve.

Da mesma forma acontece quando ela tenta dizer algo e não consegue, ou quando consegue, usa palavras erradas, às vezes indecifráveis. Claro que a conversa com os amigos é: ela é bonita, gostosa, mas não tem nada na cabeça. Que importância isso tem, afinal de contas o egocentrismo vai fazer você pensar que era só uma noite de prazer que você buscava, pouco importa se ela queria um homem para toda vida.

Para melhor ilustrar que conquistar é realmente uma arte difícil, basta analisar alguns números que dizem que a cada dez encontros nem três acabam em relacionamento sério como namoro ou noivado, desses restantes apenas dois duram alguns meses ou anos, e apenas um acaba em casamento. Traduzindo; a chance de você encontrar sua alma gêmea é de menos de 1,5%. Viu como são poucas as chances?

Aumentar suas chances cabe exclusivamente a você, e não é nada tão complicado assim, para isso basta se relacionar mais, sair mais, curtir mais. Esta parte do texto reflete diretamente a alma feminina que por natureza é mais romântica que a dos homens, e por isso sofrem bem mais quando se termina um relacionamento. Espera aí. Neste aspecto existem duas vertentes. Quando digo sair mais, não é para sair de segunda a segunda para a balada, pois tenha em mente que quem procura algo sério, jamais vai procurar numa boate, por exemplo.

Boate é lugar para se esbaldar de alegria, dançar, beijar e quem sabe até romper limites, mas na certeza de nada mais que curtição. Contudo, se você for premiada com um affair, aproveite enquanto dura para tentar esquecer o affair que ainda lhe faz sofrer, porque não existe nada melhor que um novo amor para curar um amor passado.

Mas qual o lugar certo para se procurar um amor? É evidente que não existe um ponto fixo no mapa indicando; encontre aqui o seu amor. A verdade é que ele pode aparecer quando você menos espera. Numa fila de banco, num supermercado, no cinema, enfim, são inúmeras as oportunidades no dia-a-dia. Já conheci casais que se conheceram em cada situação inusitada. Conheci um que se conheceram num acidente de trânsito e ao que parecem estão felizes até hoje.

Não existe nenhuma mágica para encontrar seu affair, basta se permitir mais, abrir sua cabeça para novas conquistas. É bastante comum quando uma mulher termina um relacionamento ficar por dias, meses ou anos fechada para novas conquistas. Quando acontece passam a fazer comparações a ponto de pensar: é, meu ex é insubstituível, não encontro alguém à altura.

Certamente ela já estava acostumada com a convivência passada, com ignorância, brutalidade, falta de romantismo e outros fatores que contribuíram para o fim do relacionamento. Todos sabem que em todo início de relação às coisas são completamente diferentes. Quando se está tentando conquistar uma mulher, o homem se torna carinhoso, atencioso, cuidadoso, e inúmeros adjetivos por diante. Ele se torna um pouco de tudo. Um pouco de Psicólogo, Advogado, Juiz, Astrólogo, Chefe de cozinha, Poeta, e raramente é a pessoa que deveria ser, ele mesmo.

É aí onde mora o perigo. Com o tempo a máscara de bom moço vai aos poucos desaparecendo e logo ele se torna um verdadeiro Astrólogo, quando passa a tentar adivinhar seu passado. Você dormiu com Eduardo, ou com todo time de futebol. Logo vem o Advogado, que antes lhe defendia, tentando lhe incriminar e o Juiz para lhe condenar. Quando chegar a este ponto, pode ter certeza de que é mais um relacionamento fracassado. O chefe de cozinha vai condenar todos os seus pratos, o psicólogo vai dizer que você tem problema, aí você vai perceber que o poeta que conheceu já não existe mais.

Mas, afinal de contas, quem é o verdadeiro culpado por tudo isso? Ninguém mais além de nós mesmos. Até porque é evidente que procuramos encontrar a pessoa perfeita para estar ao nosso lado. É onde se corre o risco, pois acompanhado a esta vontade vem os dissabores embutidos em imperfeição.

Imagina como seria bem mais fácil se aceitássemos as pessoas como elas são. Por outro lado como seria interessante se ao conhecer uma pessoa, ela fosse verdadeira ao extremo? Provavelmente não haveriam tantos relacionamentos fracassados. Mas acredito que ninguém está preparado para num primeiro encontro, ouvir verdades, quebra-se o glamour, o misticismo da conquista.

E se assim fosse, ao se apresentar a uma moça, o cara chega falando: bom, meu nome é Smith, tenho 35 anos, apesar de ostentar este estereótipo de conquistador, o que provavelmente tenha enchido seus olhos, sou um fracassado profissionalmente, estou endividado até o pescoço, ando neste belo carro que por sinal não é meu, moro numa ótima casa que também não é minha, mas apesar disso tudo, me restam poucos reais no bolso que se somados aos seus, podemos juntos ter uma noite agradável.

Você aceitaria? Com certeza não é este tipo de pessoa que você está procurando. Mesmo sabendo que grande parte das pessoas se enquadram neste perfil, você prefere descobrir isso depois de já estar apaixonada.

Trechos do livro: “Sobre Amores & Paixões”

Autor: Edilmar Lima – 2008.

Edilmar Lima
Enviado por Edilmar Lima em 11/01/2010
Código do texto: T2022670
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