Cronos da Vida

Perguntar a idade de alguém é ofensa? Para muitos, sim. Principalmente para a maioria das mulheres. Algumas por temerem comparações com aquelas que podem dar-se ao luxo de poderem cuidar-se melhor.

Para outras, porque podem serem taxadas de imaturas, ingênuas, meio adolescentes...

Se me perguntassem qual a minha idade (aqueles que não a sabem) jamais diria "olhe para mim e diga!", pois corro o risco de ser chamada de coroa, gatona, velhona e outros "onas" que estão em voga. Agora, se me perguntassem com que idade me sinto, diria como me enxergo, vejo. Diria que sou uma adolescente em "idade avançada". Avançada em quere-me bem, em buscar novidades, em conhecimentos adquiridos, em talento culinário, na arte de fazer amigos entre outros.

Já vi mães e filhas em situação embaraçosa: Mães querendo dar uma de mocinha e filhas passando por irmã, e também outras, que não foi possível perceber quem era uma ou a outra.

Engana-se quem pensa que tudo isso possa disfarçar a idade. Também divido com minha filha idéias, além de roupas, sem nenhuma competição.

Está certo que não sou nenhuma menininha; mas, não exageremos. Acho ridículo deixar as madeixas longas para disfarçar a pele do rosto já com marcas do tempo. Haja cremes, protetores, bloqueadores e outros recursos. E viva o aumento da indústria cosmética e a Medicina!

Não que eu seja contra a tudo isso: também não dispenso os "cronos" que me iludem em relação ao tempo. Mas gosto

de pele limpa, mostrando sem medos cada etapa dos meus vinte, trinta, quarenta aninhos, muito bem vividos...

Gosto dos meus cabelos curtos, pois revelam melhor a minha cara, o meu sorriso, o meu olhar.

Por tudo isso, quando perguntam a minha idade digo que ela é o que revela a minha alma, o que ela representa. Pois, não adianta ter vinte, trinta, quarenta... e não ter nada a comentar!

Rosi Venditi
Enviado por Rosi Venditi em 31/07/2006
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