“DEUS É ENCANTADOR”.
                     (Crônica).
 
 
Mais uma vez no meio da madrugada, estava eu olhando para o céu... Contemplando as estrelinhas, olhando o manto azul; estava tudo calmo, vez ou outra o silêncio era quebrado por um carro que passava, mas isso não me incomodava, já que eu estava com o sentido voltado para a linda natureza.
Maravilhado com tudo aquilo, pensei então.
 - Eu não preciso de um livro para acreditar em Deus... Para conversar com Deus, para lembrar que ele existe; se depois de toda essa visão eu precisar de um testemunho escrito para lembrar que ele existe realmente eu estaria com uma grande divida para com ele.
Ora... Mas logo eu, que escrevo livros estou desencorajando os meus leitores a ler o que escrevo; também não é assim! O que escrevo alguém pode até achar bonito, é lógico que eu gosto do que escrevo... Se não gostasse não escreveria, mas o que eu olhava naquela madrugada não existe texto para substituir, um livro só é atraente quando lido pela primeira vez, quando lido pela segunda vez torna-se chato, e quem precisa de um narrador para entender o texto de um livro... Exceto as crianças ainda inocentes, ou alguém que não teve ainda o benefício do aprendizado literário, que hoje em dia não são tantos assim... Até os deficientes visuais hoje em dia já tem a escrita em braile, portanto, eu só preciso de paz de espírito, muita simplicidade, para conversar com Deus.
Eu considero a fé uma coisa natural ao ser humano, ou você tem fé ou não tem, não existe muita ou pouca fé... É como diz o tabelião, “é verdade e dou fé”, portanto, ou acredita-se, ou não acredita, não existe o meio termo no contexto acreditar, quando há dúvida não há crença... E não se deve crer em algo que não se tem certeza, porém, para alguém acreditar em algo, não será preciso tocá-lo... Digo no sentido espiritual, por que, nessa terra onde vivemos é necessário manusear o que vamos levar conosco, sob pena de não levarmos gato por lebre... já no sentido espiritual é completamente diferente, é só observar a natureza como um todo, você já está enxergando Deus; que seja no movimento das águas, ou no barulho do vento, no deslocamento das nuvens, ou na diferença do aroma de cada flor...
Deus não é temeroso, ele é encantador!
Eu penso assim.