COINCIDÊNCIA?

Bella aprendeu uma palavra nova: coincidência. Toda linda esbanja o novo vocábulo em qualquer ocasião dando o significado exato. Bella tem quatro anos e é a mais nova dos meus quatro e queridos sobrinhos.

Dia de aniversário e eu caio logo após o café da manhã. Levanto tão rápido que respondi ao porteiro já em pé, que não precisava de ajuda. Mais tarde sou atropelada por um homem com uma criança nos braços. Minha filha, que estava comigo, explica que não caí porque o pai apressado me sustentou pelo ombro. Outra queda?

Hora do almoço em um shopping de uma grande cidade e quem está a minha frente em um café? Alguém que não me conhece; que eu conheço de longe e que assim de longe admiro muito.

Autocontrole em ação para não incomodar. Mesmo a essa distância entendo que ele tem aquela sensibilidade peculiar aos poetas, apesar de também ser ator. Fui educada, mas aqui para nós, fiquei alegrinha.

Ainda na praça de alimentação encontrei um amigo querido. Abraços e risos fartos. Dessa vez não combinamos o almoço e ele sequer sabia que eu estaria na cidade. Presentão!

Uma semana depois em um almoço com outro amigo ganho de presente de aniversário Arroz de Palma, livro de Francisco Azevedo, que tem o que eu preciso em leveza e lirismo, além de trazer nomes, lugares e situações que me remetem a emoções que vivi nos últimos tempos.

Hoje, 10 de fevereiro de 2010, eu indago: - será que se trata da tal coincidência recém descoberta por Bella ou da sincronicidade abordada por Yung?

Estou inclinada a pensar que os dois conceitos se confundem, afinal, a sincronicidade pode ser o acaso revestido de significado.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 10/02/2010
Reeditado em 29/09/2010
Código do texto: T2080368
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