TPM (Ou Tempo Para Mim?)

Existem piores dias no mês que somos tomadas por amarguras, nos sentimos mal amada, irritadas com tudo e com todos do que o período pré-menstrual?

Haja quem nos suporte (às vezes nem nós mesmas). Pobres namorados, maridos, ou amigos, alunos, família. E viva a TPM que nos invade, com um prenúncio de que iremos amargar por alguns dias e iremos deixar algumas pessoas, quem sabe até magoadas conosco.

Ainda bem que na maioria das vezes tudo passa.

Certa vez num encontro para professores o palestrante perguntou se sabíamos o que significava TPM. Como o público predominante era feminino, claro que nos olhamos com ar irônico, confirmando que sabíamos.

Para surpresa do grupo estávamos completamente equivocadas. E eis a grande surpresa: TPM – (“Tempo Para Mim”). Aí, o público remexeu-se nas poltronas e ouvimos maravilhas que nos fizeram refletir quem somos e como dedicamos o tempo para nós.

É bem verdade, que a maioria das mulheres que trabalham fora, ou mesmo com muitas atribulações domésticas mal conseguem dedicarem um tempinho para si próprias. Quando conseguem são “roubadinhas” entre uma tarefa e outra, como por exemplo, nos intervalos de almoço, pois no final do expediente, ninguém está disponível e pronto a nos atender.

O tempo para ser dedicado a nós é curto. E muitas vezes quando temos algum disponível, falta a grana para nos cuidarmos.

Já ouvi expressões do tipo “não existe mulher feia, mas sim mal cuidada” ou ainda “as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental” – como afirmou Vinícius de Morais.

Num mundo competitivo onde o padrão de beleza é convencionado, muitas mulheres sentem-se de mal consigo mesmas. Pois além da falta de tempo, outros atrapalhos, estresse, tomam conta.

O ideal seria que tivéssemos um tempo, sim, para nós. Não só para cuidarmos do corpo, mas também da alma.

Uma vida menos estressante, mais amigos, menos comentários intrigantes, mais palavras de acalanto, menos ironia, mais paciência, menos mágoas, mais atenção, menos cobranças, mais doações, menos revolta, mais carinho, menos preguiça, mais trabalho voluntariado.

Embora todas essas indicações não sejam uma receita para viver-se melhor, aliviaria em parte aquele período em que parece que acumulamos todos eles e nos tornaríamos suportáveis e sobraria mais tempo para nós.

Cuidemos do nosso corpo e também do conteúdo dele. E sejamos felizes porque ninguém merece que passemos esse período do mês com amargura e sem tempo para nós. Afinal apesar de sermos mulheres, gatas, não temos sete vidas!

Rosi Venditi
Enviado por Rosi Venditi em 08/08/2006
Reeditado em 11/11/2006
Código do texto: T212224