ESSE TAL DESTINO

Fiquei pensativo quando, ao falar sobre a morte de um conhecido em comum, um amigo fez a seguinte afirmação, em tom definitivo e solene: “Foi Deus quem quis que fosse assim, tava na hora dele.”

Muitas pessoas dizem isso. Mas eu discordo.

É obvio que não fiquei discutindo o 'sexo dos anjos' naquele momento de uma conversa a respeito de uma pessoa querida que partira, mas duvido que Deus seja tão diabólico a ponto de nos encarar como fantoches ou marionetes. Nego-me a acreditar que eu sou como uma folha seca à mercê do vento outonal, indo de um lado para o outro de acordo com a vontade das circunstancias que a vida apresenta.

Eu estou no comando!

Por falar em Deus, foi ele que me deu o livre-arbítrio, por isso acredito que seja um erro culpa-lo pelas desgraças da vida. A culpa é de Adão e Eva que comeram a maçã e estamos nós aqui pagando o pecado deles - o pecado original. Essa historia é longa, deixa pra lá.

Se amanhã ou depois eu for atropelado, seqüestrado ou mudar de sexo a culpa não é de ninguém. Não está escrito nas estrelas que vai ser assim. Prefiro acreditar que a vida é o resultado das decisões que tomamos a cada instante.

Se fosse simplesmente para sentar num banco da praça e ver a vida passar, aceitando pacientemente cada derrota e erguendo as mãos ao céu para achar um culpado, lamentando o infortúnio, eu prefiro descer dessa viagem na próxima parada ou estação.

O que seria de Thomas Edison, Soichiro Honda ou Beethoven se tivessem se rendido às desgraças inerentes a vida? E se eles tivessem desistido frente a primeira derrota que o chamado ‘destino’ lhes impusera?

Bem, o que seria deles eu não sei, mas talvez nós não tivéssemos lâmpadas em nossas casas, não teríamos o Honda Civic na garagem e nem mesmo poderíamos escutar a nona sinfonia.

Prefiro fazer o meu caminho, ou parafraseando a musica: ‘quem sabe faz a hora e não espera acontecer.’

Mãos a obra!

Martins Filho
Enviado por Martins Filho em 01/06/2005
Código do texto: T21291