FIM DA CORRIDA

Tanto as tartarugas quanto os coelhos disputam maratonas diferentes. Ambos têm seus objetivos e cada um deles resolve seus problemas de acordo com a sorte que lhes cabe.

O planeta onde habitamos é como a tartaruga. Moroso, camaralento, milimetricamente controlado em suas horas, minutos, dias e noites.

Os homens se assemelham aos coelhos. Corredores, apressados, não medem conseqüências na maratona desenfreada e comprometedora. Querem seus objetivos com urgência.

Aquela minúscula semente, quando germinada, desenvolve todos os genes de suas entranhas desde a raiz até ao fruto culminante do seu invólucro. A árvore, uma vez adulta, tem seu “modus-vivendi” garantido pela natureza a não ser que seja molestada pela poluição enxertada pelo homem. Já o homem, esse grande pensador, ultrapassou a velocidade da luz e do som com tanta sabedoria que, voltar é impossível. Uma vez no auge, carece de meios que contribuam na manutenção de sua obra enfrentando obstáculos inesperados.

Tal como a paciência e a pressa, ou a tartaruga e o coelho, os homens exercem predominância sobre a natureza, alterando-a, comprometendo-a a exercer movimentos forçados que lhe indiquem uma parada cardíaca fatal. A pesquisa é válida, mas a ânsia de domínio leva a resultados negativos.

Saibamos equilibrar matemática com física e química, prática com teoria, calma e pressa, força e crença, amor e razão... Assim, todos os lados estarão em igualdade de condições para exercer seus valores em harmonia.

Sigamos o exemplo das tartarugas que se comparam ao processo calmo e divino da natureza, sem se identificar nelas como sendo um agente destruidor. Sejamos como os coelhos produtivos, criadores e úteis ao mundo, sem se identificar neles, aqueles atletas em cuja maratona se deparam com uma faixa, dizendo precocemente, na metade da pista:

Fim da Corrida !

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Júlio Sampietro
Enviado por Júlio Sampietro em 10/08/2006
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